Meng Wanzhou, responsável pela contabilidade da Huawei, enfrenta no Canadá processo contra sua extradição. A Justiça local adiou análise de decisão sobre se acata pedido dos Estados Unidos para ela ser julgada em Washington. A executiva foi presa em 2018, durante uma escala em Vancouver.
“Me reservo o julgamento sobre esse assunto”, disse a juíza da Suprema Corte da Colúmbia Britânica Heather Holmes, sem estabelecer uma data para decidir se deve ou não prosseguir com a extradição.
O governo dos Estados Unidos proibiu as operações da Huawei em seu território, alegando que a empresa chinesa representa um risco de espionagem. É mais um ponto da guerra comercial entre China e Estados Unidos.
Meng é acusada de conspiração, de mentir para o banco HSBC sobre a relação entre a Huawei e a Skycom, uma subsidiária que vendeu equipamentos de telecomunicações para o Irã, expondo o banco a uma possível violação das sanções americanas EUA contra Teerã. Ela é a filha mais velha do fundador da Huawei, Ren Zhengfei.
Próximas audiências
As próximas audiências do caso de repercussão nacional no Canadá estão programadas para abril, junho e setembro.
A executiva, claro, nega as acusações que imputam a ela. Para que possa ser extraditada, a Justiça canadense precisa provar que ela violou alguma lei no Canadá. Caso não haja essa comprovação, não só Meng não será mandada aos Estados Unidos, como também estará livre.
Esse é o ponto ao qual os advogados da chinesa se apegam. Sem equivalência no Canadá, a Justiça não poderia mandá-la aos Estados Unidos. Vale lembrar que o Canadá não impôs as mesmas sanções contra o Irã.
A decisão da juíza, de adiar o julgamento, sinaliza uma boa notícia para a executiva.