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Bolsa sobe 1,24%, a despeito das crises política e militar no governo federal

Bolsa sobe 1,24%, a despeito das crises política e militar no governo federal

A bolsa de valores subiu 1,24% nesta terça-feira (30), fechando em 116.849,69 pontos, a despeito da Wall Street, cujos índices encolheram, e da crise política e militar, que se agravou no Brasil.

Após a troca de ministros por baciada no início da noite de ontem (29), Bolsonaro viu os comandantes das três forças militares pedirem demissão, algo inédito na história do país, desde a redemocratização.

Pesaram positivamente os bons dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de fevereiro, com criação recorde e surpreendente de empregos com carteira assinada. A economia tenta respirar sem ajuda de aparelhos e reage bem, em meio à piora brutal da pandemia de Covid-19 no Brasil.

Nos EUA, os títulos do Tesouro, com seu nível mais alto em 14 meses, novamente pressionaram as ações.

Hoje, o Ibovespa apresentou na mínima 114.999,15 pontos (-0,36%); e na máxima, 117.090,07 pontos (+1,45%).

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O volume financeiro negociado foi de R$ 28,222 bilhões.

Confira a evolução do Ibovespa na semana, em cada fechamento de sessão:

  • segunda-feira (29): +0,56% (115.418,72 pontos)
  • terça-feira (30): +1,24% (116.849,69 pontos)
  • semana: +1,80%
  • março: +6,13%
  • 2021: -1,78%

Dólar

O dólar ficou praticamente estável nesta terça. A moeda norte-americana perdeu apenas 0,08%, valendo R$ 5,7619.

  • segunda-feira (29): +0,44% a R$ 5,7663
  • terça-feira (30) -0,08% a R$ 5,7619
  • semana : +0,36% a R$ 5,7619

Euro

  • segunda-feira (29): +0,15% a R$ 6,7983
  • terça-feira (30): -0,76% a R$ 6,7470
  • semana: -0,61% a R$ 6,7470

Bolsa em Nova York e cenário mundial

As ações de tecnologia dos EUA passaram o dia no negativo, pressionadas pelo rendimento do Tesouro de 10 anos, que atingiu seu nível mais alto desde janeiro de 2020.

Os papéis do Tesouro de 10 anos subiram 6 pontos base para 1,77%, o nível mais alto em 14 meses, já que a vacinação mais rápida do que o previsto e os gastos com infraestrutura esperados aumentaram as expectativas de uma ampla recuperação econômica e aumento da inflação. A taxa de referência foi negociada pela última vez em 1,73%.

Para se ter uma ideia, o Fundo Monetário Internacional (FMI) deve revisar para cima as projeções de crescimento para a economia global.

A afirmação foi feita hoje pela diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional, Kristalina Georgieva. Ela, no entanto, não detalhou de quanto seria o aumento.

As novas previsões do FMI serão divulgadas na próxima terça-feira (6), quando a entidade publicará uma nova versão do relatório “Panorama Econômico Mundial”.

Além disso, os investidores receberam uma leitura sobre a confiança do consumidor que excedeu em muito as expectativas. O Índice de Confiança do Consumidor do Conference Board subiu em março para 109,7, sua maior leitura em um ano. Economistas consultados pela Dow Jones esperavam que o índice subisse de 90,4 para 96,8 em fevereiro.

Mas há problemas e pedras no caminho.

O mercado experimentou um aumento da volatilidade esta semana em meio à contínua queda, depois que um fundo de hedge foi forçado a liquidar sua posição em várias ações da mídia.

A ViacomCBS e a Discovery se recuperaram após registrar pesadas perdas na semana passada, devido à venda de grandes blocos de ações da Archegos Capital Management no final da semana passada. Wells Fargo saltou mais de 3% depois que o banco disse que não teve perdas relacionadas ao fechamento de sua exposição à Archegos.

Segundo a CNBC, “grandes oscilações podem atingir o mercado no final desta semana, quando os fundos de pensão e outros grandes investidores conduzirem seu rebalanceamento de fim de trimestre. O recente salto nos rendimentos dos títulos pode preparar gestores de para grandes movimentos em seus portfólios”.

Na Europa, o problema da Archegos não foi sentido.

Com relação aos dados, o sentimento econômico da zona do euro saltou muito mais do que o antecipado em março, segundo dados da nova pesquisa revelados hoje, indo de 93,4 em fevereiro para 101 pontos. Os analistas esperavam uma subida modesta para 96 ​​pontos.

O grande problema no Velho Continente segue sendo o ritmo ainda reticente da vacinação, que não faz os grandes potências conseguirem prever ainda quando poderão reabrir suas economias. Há um temor que, com o verão chegando, aconteça como em 2020, com uma nova explosão de casos por ser difícil segurar jovens em casa com o aumento natural da temperatura.

Nova York

  • S&P: -0,32%
  • Nasdaq: -0,11%
  • Dow Jones: -0,31%

Europa

  • Euro Stoxx 600 (Europa): +1,12%
  • DAX (Alemanha): +1,29%
  • FTSE 100 (Reino Unido): +0,53%
  • CAC (França): +1,21%
  • IBEX 35 (Espanha): +1,21%
  • FTSE MIB (Itália): +0,88%

Ásia e Oceania

  • Shanghai (China): +0,62%
  • SZSE Component (China): +0,85%
  • China A50 (China): +1,15%
  • DJ Shanghai (China): +0,76%
  • Hang Seng HSI (Hong Kong): +0,88%
  • SET (Tailândia): +0,36%
  • Nikkei (Japão): +0,16%
  • ASX 200 (Austrália): -0,90%
  • Kospi (Coreia do Sul): +1,12%

Brasil: ambiente político e econômico

Ontem, foi um dia de baixas e muitas especulações em torno da equipe ministerial de Bolsonaro. Seis trocas foram oficializadas pelo governo.

Houve mudanças nos ministérios da Casa Civil, Defesa, Justiça, Relações Exteriores, além da Secretaria de Governo e Advocacia geral da União. Foi a maior troca de ministros num mesmo dia desde que Bolsonaro assumiu a presidência.

Na Casa Civil da Presidência da República, assume o general Luiz Eduardo Ramos Baptista Pereira. No Ministério da Justiça e Segurança Púbica, entra o Delegado da Polícia Federal Anderson Gustavo Torres, amigo do senador e filho do presidente Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado por crimes de peculato, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

No Ministério da Defesa, após Fernando Azevedo e Silva anunciar que deixou o cargo, assumiu o general Walter Souza Braga Netto, que ocupava a Casa Civil; o Ministério das Relações Exteriores, após Ernesto Araújo deixar o Itamaraty, vai ser ocupado pelo embaixador Carlos Alberto Franco França.

Já a Secretaria de Governo da Presidência da República terá como titular a deputada Federal Flávia Arruda (PL-DF), esposa de José Roberto Arruda (PL-DF), condenado pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal por improbidade administrativa, em segunda instância, pelo envolvimento no esquema de corrupção conhecido por mensalão do DEM. Ela cobre a cota de indicações do Centrão.

Por fim, na advocacia-Geral da União, vai entrar André Luiz de Almeida Mendonça, que estava no Ministério da Justiça e Segurança Pública desde a saída do ex-ministro Sergio Moro.

Eis que então o Ministério da Defesa informou hoje que os três comandantes das Forças Armadas serão substituídos. Os nomes dos substitutos ainda não foram definidos até o fechamento deste texto.

Diz o comunicado do Ministério na íntegra: “O Ministério da Defesa (MD) informa que os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica serão substituídos. A decisão foi comunicada em reunião realizada nesta terça-feira (30), com presença do Ministro da Defesa nomeado, Braga Netto, do ex-ministro, Fernando Azevedo, e dos Comandantes das Forças”.

No entanto, não fica explícito na nota se Edson Pujol, do Exército, Ilques Barbosa, da Marinha, e Moretti Bermudez, da Aeronáutica, pediram demissão ou foram destituídos a pedido do presidente Jair Bolsonaro. Jornais dizem que os comandantes largaram os postos em protesto contra o presidente.

A crise militar criou enorme preocupação na sociedade civil com relação à intenções de Bolsonaro.

Segundo a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, por exemplo, “uma análise sobre a crise militar provocada pelo presidente Jair Bolsonaro com a demissão do general Fernando Azevedo e Silva do Ministério da Defesa aponta para uma tentativa de provocar anarquia militar e tentar, mais à frente, um autogolpe. Ela circula entre partidos de oposição e é compartilhada por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal)”.

Contudo, políticos alinhados com Bolsonaro também se preocupam. O vice-presidente da Câmara, deputado Marcelo Ramos (PL-AM), não tem “dúvida de que há uma tentativa do presidente Bolsonaro de um controle maior do ponto de vista político das Forças Armadas”.

Ouvido pela Folha, o senador Otto Alencar (PSD-BA) avalia que a troca e a saída dos três comandantes traz insegurança ao país: “abala a economia, gera fuga de investimentos, porque sabe que o governo está mais preocupado com teses de interesse pessoal. Porque em todo sentido leva, no sentido político, mostra a fragilidade do governo, o governo confuso, que já trocou 15 ministros de Estado em dois anos”.

Os agentes do mercado, entretanto, podem ser acusados do que a cabeça do acusador permitir, menos de ignorância ou burrice. Eles enxergaram, até o momento (porque análises mudam ao sabor dos acontecimentos), que o presidente está sendo escanteado e por isso mostra tal desespero.

Quem assume de vez o comando do país, em meio à maior crise sanitária e humanitária da nossa história, é o Centrão, grupo de partidos até alinhados ideologicamente com o bolsonarismo, mas extremamente pragmáticos na questão de negócios.

A leitura que se faz é que o Centrão vai assumir as rédeas e pode, enfim, procurar resolver a crise da pandemia e tocar os projetos de interesses próprios que, coincidentemente, se confundem com os interesses dos investidores., incluindo aí as reformas que a elite empresarial ainda sonha.

Assim, o mercado passou nesta terça ao largo da crise e foi viver sua vida.

Até porque enquanto Bolsonaro luta por sobrevivência política, acenando com um autogolpe que poderia mexer com a vida de duas centenas de milhões de brasileiros e suas liberdades individuais, ou olhando para 2022, há os bons dados anunciados pelo Caged. A “economia real” se movimenta.

O Ministério da Economia anunciou que o mercado de trabalho formal brasileiro teve saldo positivo.

No total, foram 401.639 carteiras assinadas. Em janeiro, o Ministério divulgou que houve criação recorde de 258.141 vagas (dado revisado hoje).

O resultado foi de 1.694.604 admissões e de 1.292.965 desligamentos de empregos com carteira assinada. Esse foi o melhor resultado para o mês na série histórica, iniciada em 1992.

Não se sabe se, com o agravamento da crise humanitária brasileira, março sustentará tal crescimento. Mas é, de fato, uma boa notícia.

Na questão dos dados, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), o Brasil deve ter um crescimento econômico de 3% em 2021. No entanto, deve haver queda de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano.

As projeções foram divulgadas nesta terça-feira (30) e, segundo o instituto, o principal fator a influenciar o resultado do PIB é o recrudescimento da pandemia de coronavírus.

Além disso, as previsões para 2021 também levam em conta as incertezas quanto à capacidade de ajustes nas contas públicas, que garantam uma trajetória fiscal equilibrada.

Já o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), que reajusta o aluguel, subiu 2,94% em março. A projeção era mais alta, de 3,10%.

Com este resultado o índice acumula alta de 8,26% no ano e de 31,10% em 12 meses – o consenso era 31,30%.

Bolsa: ações

Das 81 ações negociadas na bolsa, 67 subiram, 2 ficaram estáveis (PETR4 e ASAI3) e as outras 12 caíram em relação à sessão anterior.

Mais negociadas

  • Vale (VALE3): R$ 97,07 (-0,93%)
  • Bradesco (BBDC4): R$ 27,36 (+1,67%)
  • Petrobras (PETR4): R$ 23,83 (0,00%)
  • B3 (B3SA3): R$ 53,50 (-0,19%)
  • Magazine Luiza (MGLU3): R$ 20,06 (+2,09%)

Maiores altas

  • Embraer (EMBR3): R$ 14,34 (+9,30%)
  • Gol (GOLL4): R$ 22,33 (+8,56%)
  • Azul (AZUL4): R$ 39,01 (+6,94%)
  • EzTec (EZTC3): R$ 32,21 (+6,48%)
  • Cyrela (CYRE3): R$ 24,53 (+6,33%)

Maiores baixas

  • Suzano (SUZB3): R$ 70,62 (-3,31%)
  • PetroRio (PRIO3): R$ 92,27 (-2,26%)
  • Klabin (KLBN11): R$ 28,32 (-1,08%)
  • Minerva (BEEF3): R$ 10,36 (-1,05%)
  • Vale (VALE3): R$ 97,07 (-0,93%)

Outros índices brasileiros

  • IBrX 100: +1,08% (50.060,03 pontos)
  • IBrX 50: +0,87% (19.401,32 pontos)
  • IBrA: +1,13% (4.691,01 pontos)
  • SMLL: +3,00% (2.806,35 pontos)
  • IFIX: +0,46% (2.831,81 pontos)
  • BDRX: -0,16% (13.244,78 pontos)

Commodities

  • Brent (para maio): US$ 64,17 (-1,55%)
  • WTI (para maio): US$ 60,55 (-1,64%)
  • Ouro (junho): US$ 1.682,40 (-1,88%)

Com Wisir Research, BDM e CNBC