Uma extensa lista de inconsistências financeiras e administrativas foram apuradas pela consultoria KPMG na seguradora que administra o DPVAT. Conforme o levantamento, os gastos atípicos entre 2007 e 2018 podem superar a marca de R$ 1 bilhão.
Deste valor, R$ 219,3 milhões não tinham evidências de prestações de serviços, R$ 156,1 milhões estavam sem comprovantes e R$ 47,1 milhões não dispunham de documentos fiscais. Os gastos apontados pelo relatório estão relacionados à serviços advocatícios para defesa de colegas investigados em uma operação policial. Além disso, a consultoria identificou gastos injustificáveis com um grupo restrito de médicos que atua como prestador de serviços. A Líder pagou R$ 99,6 milhões em indenizações em 36 mil processos envolvendo apenas esse grupo. Um deles, por exemplo, obteve R$ 44,9 milhões em indenizações em 15.294 processos.
O levantamento foi encomendado pela atual direção da seguradora Líder.
Seguradora já foi alvo de outras investigações
Em 2015, a Líder foi investigada pela Operação Tempo de Despertar, que emitiu 41 mandados de prisão e determinou o afastamento de 12 servidores públicos por fraudes no pagamento de indenizações. No ano seguinte, o Congresso Nacional instituiu uma CPI sobre o DPVAT. Já em 2018, outra auditoria, desta vez do Tribunal de Contas da União, também apontou fraudes na gestão.
As repetidas denúncias de irregularidades levaram o presidente Jair Bolsonaro emitir uma Medida Provisória extinguindo o seguro obrigatório. Entretanto, o STF suspendeu a MP.





