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Aras faz série de exigências à PF no caso Moro x Bolsonaro

Aras faz série de exigências à PF no caso Moro x Bolsonaro

A Procuradoria-Geral da República, por meio de Augusto Aras, avisou ao ministro Celso de Mello a série de exigências que fará à Polícia Federal sobre os próximos passos na investigação envolvendo Moro e Bolsonaro.

A ideia de Aras é que a PF ouça as pessoas envolvidas na denúncia do ex-Ministro da Justiça contra o Presidente da República e, também, recupere provas em áudio ou vídeo que comprovem a suposta tentativa de interferência política de Bolsonaro no órgão.

Segundo Fausto Macedo, colunista do Estadão, entre as exigências do procurador-geral estão as oitivas dos ministros Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno Ribeiro Pereira (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência) e Walter Souza Braga Netto (Casa Civil), além da deputada federal Carla Zambelli (PSL/SP).

Zambelli, aliás, teve uma conversa por WhatsApp com Moro vazada pelo Ministro ao Fantástico, da Rede Globo, como prova de que ele não estaria aceitando a troca no comando da Polícia Federal por uma vaga no Supremo Tribunal Federal, como chegou a ser dito por Bolsonaro.

Além dos ministros e deputados, Aras também quer ouvir os depoimentos do ex-chefe da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e dos delegados Ricardo Saadi, Carlos Henrique de Oliveira Sousa, Alexandre Saraiva, Rodrigo Teixeira e Alexandre Ramagem Rodrigues, que foi indicado por Bolsonaro para o lugar de Valeixo, mas “vetado” pelo STF.

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De acordo com o Estadão, Augusto Aras quer ouvir os delegados sobre “eventual patrocínio, direto ou indireto, de interesses privados do Presidente da República perante o Departamento de Polícia Federal, visando ao provimento de cargos em comissão e a exoneração de seus ocupantes”.

Falsidade ideológica

Sergio Moro também afirmou, durante seu pronunciamento de despedida do Ministério da Justiça, que não havia assinado a exoneração de Maurício Valeixo da Polícia Federal no dia anterior, o que caracterizaria crime de falsidade ideológica por parte do Governo.

Para comprovar a acusação, Augusto Aras solicitou, via PGR, a apresentação dos “comprovantes de autoria e integridade” das assinaturas no ato que exonerou o ex-diretor-geral da PF Maurício Valeixo.

O Diário Oficial da União chegou a publicar uma versão com as assinaturas digitais de Bolsonaro e Moro, mas, após a coletiva do agora ex-ministro, republicou o ato sem a assinatura de Moro, mas com as do presidente Jair Bolsonaro e dos ministros Walter Souza Braga Netto (Casa Civil) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral).

A justificativa oficial do Palácio foi que a republicação ocorreu porque o texto inicial tinha um “erro material”.

Perícia

Augusto Aras também encaminhou um pedido solicitando a “elaboração, observada a cadeia de custódia, de um laudo pericial pelo Setor Técnico-Científico do Departamento de Polícia Federal, a partir da mídia de armazenamento que espelha dados informáticos contidos no celular do ex-ministro Sergio Moro, bem como um relatório de análise das mensagens de texto e áudio, imagens e vídeos nele armazenados”.

Prazo

Augusto Aras manteve o prazo estipulado anteriormente por Celso de Mello para o depoimento de Sergio Moro à Polícia Federal e estabeleceu em cinco dias o limite para que todos os citados prestem seus depoimentos.

Ele também quer que o ministro do STF determine à Secretaria-Geral da Presidência da República o envio de cópia dos “registros audiovisuais” de uma reunião entre Bolsonaro, ministros e presidentes de bancos públicos no Palácio do Planalto, em 22 de abril.

A intenção é demonstrar que foi nesse encontro, como afirmou Moro em seu depoimento, que o presidente Jair Bolsonaro cobrou maior ingerência na PF e, inclusive, relatórios diários sobre o que acontecia no órgão.

Moro afirma que vídeo de reunião pode comprovar interferência na PF