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Alô, câmbio: o BACEN segue “ajudando” o USDBRL

Alô, câmbio: o BACEN segue “ajudando” o USDBRL

Alô Câmbio! Tudo bem com você?

No nosso último texto, comentei com você a respeito dos motivos que fazem do Real um dos ativos com melhor retrospecto em 2022. Falamos da falta de barulho em Brasília, a pauta eleitoral ainda longe dos holofotes e o Fiscal relativamente comportado. Tudo isso, tem ajudado bastante.

Porém, o principal motivo na minha opinião continua sendo o chamando carrego. Nada menos que o diferencial entre a taxa de juros local e as ofertadas pelos nossos “concorrentes” externos. E após a divulgação da Ata do COPOM, parece que este efeito deve seguir por mais algum tempo.

Controle da Inflação segue…

No documento, o Bacen demonstrou preocupação com a adoção de políticas fiscais que buscam controlar a inflação no curto prazo. E mesmo sem indicar qual percentual de aperto monetário será adotado na reunião de março/22, comentou ser mais adequado desacelerar o ritmo do ciclo de altas.

Pareceu “dovish”

Verdade. Tanto que na semana passada boa parte dos operadores colocava a alta de juros para 1% na sequência. Porém, um outro segmento da mesma Ata falando dos riscos da manutenção dos riscos de inflação colocou as apostas ao redor de 1.25%. Ou seja, vai desacelerar, mas nem tanto…

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Enquanto isso, os outros emergentes…

Com raríssimas exceções, como a Turquia (que vive problemas bem mais graves que os nossos), a nossa taxa básica ganha de todos. E para o investidor estrangeiro que busca os chamados “yields” ou rendimentos superiores em países em desenvolvimento, está claro. Apesar dos pesares, ficar fora do Brasil hoje pode significar abrir mão de uma rentabilidade extremamente interessante.

E o FED?

Tudo leva a crer que teremos uma alta na reunião de março nos FED Funds. De atuais zero a 0.25% devemos ter a banda estendida até 0.5%. Ou seja, 0.25% de elevação… Por mais que a inflação esteja nos maiores patamares dos últimos 40 anos, dificilmente teremos uma “marretada” nos juros, a exemplo do que tivemos na metade da década retrasada.

Rússia x OTAN

Seguem as tensões com ambos os lados utilizando as vias diplomáticas para tentar um entendimento. Apesar de, na minha opinião, os lados terem razão nas suas demandas. O lado Russo entende que a OTAN está se expandindo para o Oriente (o que seria algo “agressivo”). A já a OTAN coloca que os países do leste europeu que escolhem aderir à aliança.

Ou seja, dependendo de que prisma se observa a situação, os argumentos são fortes para defesa tanto de Moscou quanto de Bruxelas. A semana teve de tudo, desde Biden recomendando a fuga dos ucranianos do seu próprio país a Putin ameaçando usar armas nucleares. Este é o tal “cisne negro” que apesar de baixíssima probabilidade de acontecer, vale ficar atento aos acontecimentos dia após dia.

Janela de oportunidade

Apesar dos riscos, continuo batendo na mesma tecla. Não por falta de bola de cristal mas por uma simples questão de estatística. Podemos sim estar passando por um momento bem interessante para por exemplo, dolarizar parte dos Ativos. Ou no caso dos importadores, na medida do possível, antecipar as liquidações em moeda estrangeira. Vale a pena olhar com muito carinho para este fato…

Sendo assim

Até semana que vem! Ou se porventura tivermos algum acontecimento “fora do radar”. Apesar de seguirmos em relativa calma, o Congresso já voltou aos trabalhos. Temos até uma tal “PEC Kamikaze” (nome dado pela imprensa), que tende a ser um desastre para o Fiscal. Por isso mesmo, todo cuidado segue sendo, pouco.

Abraços, câmbio desligo.

Por Alexandre Viotto, head de câmbio e comércio exterior da EQI Investimentos