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Vendas no varejo caem 2,6% em dezembro; no ano, índice sobe 1%

Vendas no varejo caem 2,6% em dezembro; no ano, índice sobe 1%

As vendas no varejo de dezembro registraram queda de 2,6% em relação a novembro, segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada nesta quinta-feira (9) pelo IBGE. É a segunda queda consecutiva do setor, que em novembro havia recuado 0,9%. Apesar disso, o varejo encerrou o ano com alta acumulada de 1,0%.

Gráfico de linhas mostra vendas no varejo de dezembro a cada mês
Fonte: IBGE

É o menor crescimento desde 2016, quando houve queda de 6,22, e uma leve redução em relação ao número acumulado de 2021, que teve alta de 1,4% em relação a 2020.

“É um crescimento muito concentrado, em termos de variação, no setor de combustíveis e lubrificantes, que acumulou alta de 16,6% no ano, uma distância grande para o acumulado dessa atividade em 2021 (0,3%)”, explica o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Cinco das oito atividades pesquisadas fecharam o ano no campo positivo. Além de combustíveis e lubrificantes (16,6%), o segmento de livros, jornais, revistas e papelaria (14,8%) também acumulou um aumento de dois dígitos em 2022.

O pesquisador lembra que o setor de combustíveis começou uma trajetória de crescimento em julho do ano passado, quando houve mudança na política de preços dos seus principais produtos. 

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“Com essas mudanças, essa atividade teve aumento significativo e, após aquele momento, teve quedas grandes. Em novembro, houve uma perda de 5,4% e o resultado de dezembro intensificou ainda mais essa trajetória. Mesmo assim, o acumulado do ano para esse setor foi o maior da série histórica”, avalia Cristiano. Só no segundo semestre do ano, o segmento de combustíveis e lubrificantes cresceu 27,8%.

No caso do setor de livros, o crescimento é associado ao retorno da circulação de pessoas e das aulas presenciais. Essa atividade não acumulava alta, frente ao ano anterior, desde 2013.

 “É um setor que acumula perdas ao longo dos anos, por causa do esvaziamento das lojas físicas, já que muitas pessoas deixaram de comprar produtos físicos dessa natureza. O que explica esse crescimento no ano é a venda de materiais didáticos em um momento de volta às salas de aula de forma presencial”, destaca o pesquisador.

Hiper e supermercados têm alta acumulada no ano

O setor de hiper e supermercados, que é o de maior peso na pesquisa, encerrou o ano com ganho acumulado de 1,4%. “Uma das explicações para esse crescimento é a queda de 2,6% no ano anterior. Em 2022, tivemos o efeito da inflação elevada sobretudo em alimentos, o que favorece mais esse setor que outros, já que muitos deixam de consumir outro tipo de produto para continuar comprando esses itens básicos, ainda que reduzam o dispêndio de forma geral”, explica o analista o IBGE.

Ele acrescenta que, no último trimestre, houve também o efeito do aumento do Auxílio Brasil. “As famílias beneficiadas de menor renda tendem a usar o valor do benefício em hiper e supermercados”, descreve Cristiano.

Os outros dois setores que cresceram no acumulado do ano foram Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (6,3%) e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,7%).

Cinco segmentos recuaram no indicador anual: Material de construção (-8,7%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-8,4%), Móveis e eletrodomésticos (-6,7%), Veículos e motos, partes e peças (-1,7%) e Tecidos, vestuário e calçados (-0,5%). No varejo ampliado, que inclui também os setores de veículos e material de construção, também houve perda no acumulado do ano (-0,6%).

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Vendas no varejo de dezembro: sete setores têm queda no mês

A queda de 2,6%, na passagem de novembro para dezembro é a maior desde agosto de 2021 (-4,8%). Houve resultados negativos em sete dos oito setores pesquisados no varejo: 

  • Tecidos, vestuário e calçados: -6,1%
  • Outros artigos de uso pessoal e doméstico: -2,9%
  • Combustíveis e lubrificantes: -1,6%
  • Móveis e eletrodomésticos: -1,6%
  • Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,8%
  • Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação: -0,6%
  • Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria: -0,4%

“Esse resultado de -2,6% acentua a queda do mês anterior (-0,9%). Em agosto de 2021, a retração de 4,8% havia sido precedida por um crescimento, ou seja, era um rebatimento, o que não é o caso do resultado de dezembro. Nesse indicador não há aumento há três meses e esse cenário é ligado a um Natal mais fraco e a uma Black Friday mais fraca”, explica Cristiano Santos, do IBGE.

Apenas um dos setores do varejo não ficou no campo negativo: Livros, jornais, revistas e papelaria (0,1%). No varejo ampliado, houve crescimento de 2,4% em Veículos e motos, partes e peças (2,4%) e de 1,3% em Material de construção.

Tabela mostra detalhamento de vendas no varejo de dezembro
Fonte: IBGE

Vendas no varejo de dezembro: queda na maior parte do país

A queda nas vendas do varejo, na passagem de novembro para dezembro, foi disseminada por 19 Unidades da Federação, com destaque para Distrito Federal (-8,0%), Paraíba (-5,8%) e Amapá (-4,8%). Entre as oito que tiveram resultados positivos, os destaques foram Rondônia (3,3%), Mato Grosso (2,8%) e Tocantins (1,6%).

Já no varejo ampliado, a variação nessa comparação foi de 0,4% e 15 Unidades da Federação tiveram resultados positivos, com destaque para Rondônia (3,7%), Espírito Santo (3,3%) e Alagoas (3,0%). Já entre as que ficaram no campo negativo, destacaram-se Distrito Federal (-5,1%), Roraima (-4,2%) e Amapá (-3,6%). Mato Grosso do Sul ficou estável (0,0%).

A Pesquisa Mensal do Comércio produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista.

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