Um vazamento no Pix expôs dados cadastrais de aproximadamente 11 milhões de pessoas, conforme comunicado divulgado na noite desta quarta-feira (23) pelo Banco Central. O incidente ocorreu após acessos indevidos ao Sisbajud (Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário), sistema operado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Apesar da gravidade do número de afetados, o Banco Central esclareceu que não houve exposição de dados sensíveis, como senhas, saldos bancários ou informações de movimentações financeiras. Os dados obtidos são exclusivamente de natureza cadastral e não permitem movimentações de recursos ou acessos a contas.
“Não foram expostos dados sensíveis, tais como senhas, informações de movimentações ou saldos financeiros em contas transacionais, ou quaisquer outras informações sob sigilo bancário. As informações obtidas são de natureza cadastral, que não permitem movimentação de recursos, nem acesso às contas ou a outras informações financeiras”, informou o BC, em nota.
Vazamento no Pix: BC diz ter tomado providências para apuração
Segundo o BC, mesmo não sendo exigida a divulgação do caso por lei, o vazamento no Pix foi comunicado à sociedade como parte do compromisso da instituição com a transparência. A autoridade monetária também informou que já tomou providências para a apuração detalhada do episódio.
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) afirmou que disponibilizará em seu site oficial um canal para que os cidadãos possam verificar se tiveram seus dados expostos.
O Banco Central mantém uma página específica em seu portal para registrar incidentes de segurança relacionados ao Pix, que será atualizada com as informações deste caso.
Pix em foco
Recentemente, o serviço esteve no foco do governo dos Estados Unidos, que acusou o sistema de ameaçar o comércio de empresas norte-americanas. Mas o prêmio Nobel de Economia Paul Krugman afirmou em um artigo que o Pix pode ser considerado uma espécie de “futuro do dinheiro”.
Krugman, que venceu o Prêmio Nobel de Economia em 2008, destacou que o Pix é uma alternativa pública e eficiente aos sistemas bancários privados e às promessas frustradas das criptomoedas. “Pelo que entendi, é uma espécie de versão pública do Zelle… Mas o PIX é muito mais fácil de usar”, escreveu o economista.
O Zelle, citado por Krugman, é um serviço de pagamento digital americano similar ao Pix nacional, que permite transferir dinheiro entre contas bancárias de forma rápida e fácil, geralmente em minutos, através de aplicativos móveis ou sites de bancos participantes nos Estados Unidos. Ele funciona como uma rede que conecta diferentes instituições financeiras, permitindo que usuários enviem e recebam dinheiro usando apenas um endereço de e-mail ou número de telefone celular americanos.