Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Varejo cai 0,1% em janeiro, ante consenso de +0,2%

Varejo cai 0,1% em janeiro, ante consenso de +0,2%

O volume de vendas do comércio varejista no Brasil caiu 0,1% em janeiro de 2025, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira (14). O resultado do varejo veio abaixo do consenso de mercado, que projetava um crescimento de 0,2% no mês. Em dezembro de 2024, o setor já havia registrado a mesma variação negativa de -0,1%, reforçando um cenário de estabilidade.

Na comparação com janeiro do ano passado, no entanto, o varejo avançou 3,1%, registrando a vigésima taxa positiva consecutiva nessa base de comparação. No acumulado de 12 meses, o crescimento do setor foi de 4,7%.

Segundo Cristiano dos Santos, gerente da PMC, as oscilações próximas de zero nos últimos meses refletem um cenário de estabilidade: “Temos que lembrar que o máximo da série histórica da margem está em outubro de 2024. Após atingir esse nível recorde em outubro, o comércio seguiu tendo variações muito próximas de zero, ocasionando esse fenômeno de estabilidade na alta”.

Setores apresentam resultados mistos

Os resultados do varejo em janeiro foram puxados por desempenhos distintos entre os diferentes segmentos do setor. Das oito atividades analisadas, quatro tiveram crescimento e quatro apresentaram retração.

Entre os destaques positivos, o setor de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação registrou o maior crescimento, com alta de 5,3% no volume de vendas. O avanço reflete uma recuperação após meses de impacto negativo da valorização do dólar. Também tiveram alta os segmentos de combustíveis e lubrificantes (+1,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (+0,7%) e livros, jornais, revistas e papelaria (+0,6%).

Publicidade
Publicidade

Por outro lado, a atividade que mais pressionou negativamente o resultado geral foi a de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, que teve queda de 3,4%. Segundo Cristiano dos Santos, essa foi a única categoria com um desempenho claramente negativo na passagem de dezembro para janeiro. De acordo com Santos, as outras quedas foram muito próximas de zero, indicando mais uma oscilação do que uma tendência de retração.

Outros segmentos que registraram recuo foram tecidos, vestuário e calçados (-0,1%), móveis e eletrodomésticos (-0,2%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%).

No comércio varejista ampliado, que inclui as vendas de veículos, motos, partes e peças e materiais de construção, ambos os setores tiveram um desempenho positivo. O segmento automotivo avançou 4,8%, enquanto materiais de construção cresceram 3,0%.

Variação por estados

A análise por unidade da federação mostra que 15 dos 27 estados brasileiros registraram crescimento no volume de vendas na comparação com dezembro. Os maiores avanços foram observados no Amapá (+13,1%), Tocantins (+4,6%) e Mato Grosso (+3,1%).

Por outro lado, Sergipe (-3,9%), Roraima (-3,5%) e Alagoas (-2,0%) tiveram as maiores retrações. O Espírito Santo manteve estabilidade, sem variação percentual.

Na comparação com janeiro de 2024, o varejo cresceu em 23 das 27 unidades da federação, com destaque para Amapá (+14,3%), Rio Grande do Sul (+10,8%) e Santa Catarina (+8,3%). Apenas quatro estados tiveram queda: Mato Grosso (-6,8%), Roraima (-5,2%), Sergipe (-2,0%) e Rondônia (-1,4%).

No varejo ampliado, a maioria dos estados também teve desempenho positivo na comparação anual. O Amapá (+16,9%), Rio Grande do Sul (+12,1%) e Santa Catarina (+7,8%) lideraram os avanços. Já os estados com retração foram Maranhão (-6,9%), Roraima (-4,9%), Mato Grosso (-4,5%), Sergipe (-2,8%), São Paulo (-0,8%), Bahia (-0,3%) e Alagoas (-0,2%).

Perspectivas para o setor

Apesar da queda marginal nos últimos meses, o varejo ainda mantém um crescimento sólido na comparação anual. O desempenho positivo em 12 meses reflete a retomada gradual da atividade econômica e o impacto do aumento da massa salarial real no consumo das famílias.

No entanto, o setor ainda enfrenta desafios, como a elevada taxa de juros, que encarece o crédito ao consumidor e impacta especialmente segmentos como móveis e eletrodomésticos. Além disso, o cenário externo, com oscilações no câmbio e incertezas econômicas globais, pode continuar afetando setores sensíveis, como o de informática.

A próxima divulgação da Pesquisa Mensal de Comércio, com os dados de fevereiro de 2025, está prevista para 9 de abril. O desempenho do setor nos próximos meses será um indicativo importante para avaliar se a trajetória de estabilidade vai se manter ou se haverá uma retomada mais expressiva do crescimento.

Você leu sobre Varejo. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!