O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estuda antecipar o anúncio de seu indicado para substituir Jerome Powell na presidência do Federal Reserve (Fed), segundo reportagem publicada pelo Wall Street Journal (WSJ) na noite de quarta-feira (25).
A medida, ainda incomum a tanto tempo do fim do mandato atual — previsto para maio de 2026 —, visa influenciar a condução da política monetária americana, especialmente a trajetória dos juros, antes de uma eventual nova gestão.
Fontes ouvidas pelo WSJ apontam que Trump está avaliando uma lista de possíveis sucessores que inclui nomes como Kevin Warsh, ex-diretor do Fed; Kevin Hassett, ex-diretor do Conselho Econômico Nacional; e Scott Bessent, atual secretário do Tesouro. Também aparecem entre os cotados David Malpass, ex-presidente do Banco Mundial, e Christopher Waller, atual membro do conselho da autoridade monetária.
Em evento fechado realizado em Boston, Warsh indicou que não seria surpreendente ver Trump quebrar protocolos. “Não ficaria chocado se o presidente fizesse uma nomeação mais cedo do que o costume”, declarou.
Durante a cúpula da Otan, o presidente norte-americano reforçou sua intenção de substituir Powell, a quem chamou de “terrível”. “Ele sai logo, felizmente”, afirmou Trump, revelando ter três ou quatro nomes em mente para o posto mais alto do banco central dos EUA.
A Casa Branca, por meio do porta-voz Kush Desai, reiterou que a política monetária precisa estar alinhada à agenda econômica do governo. “Está mais do que na hora de a política monetária complementar essa agenda de crescimento”, declarou.
Escolha estratégica
A sucessão de Powell representa um desafio político e técnico para a atual administração. Embora o presidente dos EUA tenha o poder de nomear membros para o conselho do Fed, a política de juros é definida por um comitê de 12 integrantes, incluindo representantes dos bancos regionais. Isso torna essencial que o próximo presidente do Fed tenha habilidade de articulação e apoio interno.
Entre os cotados, Warsh e Bessent estariam ganhando força nos bastidores, enquanto Hassett já teria sinalizado desinteresse pelo cargo. Já Christopher Waller, nome ligado à atual diretoria do Fed, se destacou por ter sido o primeiro dirigente da instituição a sugerir publicamente um corte de juros já na próxima reunião do comitê, prevista para julho.
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