O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação contra o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, para apurar falas sobre terceirização da gestão de ativos da autoridade monetária. Em comunicado, o Banco Central disse que não vai se manifestar.
A solicitação é do subprocurador-geral Lucas Rocha Furtado, para apurar se há irregularidades no plano de passar à iniciativa privada a gestão de parte dos ativos sob administração do BC, “especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil”.
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Para Furtado, a gestão representa uma “atividade tipicamente estatal”, o que impossibilita a interferência do setor privado nessa área, com riscos, inclusive, à “soberania” brasileira.
O subprocurador-geral avalia que a pretensão de Campos Neto é um risco à capacidade do país em honrar compromissos financeiros.
“Diante de todos os riscos, no meu entender, é inadmissível terceirizar a gestão de ativos do BC, especialmente com relação à administração das reservas internacionais do Brasil. A referida possibilidade reclama, pois, a obrigatória e pronta atuação do TCU, de forma a se determinar a detida e minuciosa apuração dos fatos”, disse, com base na fala de Roberto Campos Neto.
Atualmente, as reservas financeiras internacionais somam US$ 345,8 bilhões. Os recursos funcionam como uma poupança para o país, e são utilizados em tempos de crise.
