Paul Krugman é um economista norte-americano, vencedor do Nobel de Economia de 2008. Ele é autor de diversos livros e é também colunista do The New York Times.
Em sua última coluna no jornal, ele questiona por que Taylor Swift não está ganhando mais – o que não quer dizer que ela não esteja ganhando muito, afinal, com fortuna estimada em US$ 740 milhões, ela só perde para Rihanna na lista das cantoras mais ricas.
Para o economista, pelo talento e alcance que possui, Taylor deveria estar ganhando muito mais. E só não está por uma combinação da fatores que inclui oferta, demanda e tecnologia. Confira!
Paul Krugman começa sua coluna citando a “inflação Beyoncé” que se constatou na Suécia.
Assim como o mundo todo, a Suécia tem vivido um período de alta inflação recentemente. Mas fora Covid, guerra na Ucrânia e escalada de juros, uma causalidade citada por Krugman é curiosa: o impacto do show de Beyoncé na economia.
“Os preços ao consumidor subiram 9,7% no ano passado, refletindo vários fatores: grandes gastos para apoiar as famílias durante a pandemia, interrupções nas cadeias de suprimentos relacionadas à covid, invasão da Ucrânia pela Rússia e Beyoncé. É sério. Beyoncé iniciou sua última turnê mundial na Suécia, no mês passado, e tem sido amplamente dito que um grande fluxo de visitantes em seus dois primeiros shows causou um grande aumento, embora temporário, nos preços de hotéis e restaurantes, grande o suficiente para ter um efeito perceptível sobre a inflação sueca em geral”, aponta.
Krugman continua, citando que não ficaria surpreso se a turnê de outra cantora, Taylor Swift, causasse efeito parecido pelo mundo.
“Música ao vivo é um grande negócio”, sentencia o economista.

O grande enigma, ele pontua, é entender por que Taylor Swift não ganha ainda mais dinheiro.
Classificando a cantora, musicista e compositora como talentosa, ele aponta que tanto Taylor quanto Beyoncé estão ganhando dinheiro fazendo turnês, que é a maneira mais antiga de um artista fazer dinheiro: ao vivo, se apresentando para o público.
Mas, com os avanços tecnológicos e o fácil acesso aos vídeos via streaming e internet, ele diz, um show hoje em dia já não faz tanto dinheiro quanto fazia no passado.
Na década de 1850, conta Krugman, a soprano sueca Jenny Lind fez uma turnê pelos Estados Unidos. Foram 95 shows, com vendas cumulativas de ingressos de mais de US$ 700.000, ou seja, mais de US$ 7.000 por show. “Se fizermos o ajuste pela renda per capita, cada um dos shows de Lind arrecadou o equivalente a cerca de US$ 4,5 milhões atualmente”, diz.
“Os shows de Swift estão arrecadando mais do que o dobro disso. Mas por que não mais? Afinal, Lind se apresentou em salas de concerto que tinham de ser pequenas o suficiente para que as pessoas pudessem ouvir uma voz humana não amplificada; Swift está enchendo estádios com capacidade para 50 mil pessoas ou mais”, questiona.
A resposta: o tamanho dos locais dos shows faz com que os ingressos para Taylor não sejam tão escassos quanto eram os de Lind na época, o que se reflete no preço.
Outro ponto: o mundo mudou e os shows, hoje, tem um papel muito menos relevante do que há 170 anos. “Naquela época, eles eram a única maneira de ouvir música, ou pelo menos música executada profissionalmente”, explica.
A música, conclui, incluindo os shows ao vivo, está universalmente disponível hoje. Apesar da experiência única do ao vivo, é cada vez menor o nicho de público disposto a pagar por uma apresentação que logo estará disponível online, como possivelmente acontecerá com o show de Taylor Swift.
INVISTA LÁ FORA: DESCUBRA O CAMINHO MAIS FÁCIL, RÁPIDO E SEGURO PARA DOLARIZAR SUA CARTEIRA