Na quarta-feira (2), o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou a imposição de tarifas recíprocas de até 49% sobre importações de diversos países, incluindo o Brasil, em uma medida que chamou de “Dia da Libertação”. Segundo a Casa Branca, o objetivo é equilibrar relações comerciais consideradas desfavoráveis aos interesses norte-americanos.
A decisão está provocando uma forte queda nas principais bolsas do mundo nesta quinta-feira (3), mas analistas ponderam: o impacto mais severo deve recair sobre economias asiáticas e africanas, cujas exportações dependem fortemente de setores específicos, como vestuário e eletrônicos.
Quais foram os países mais atingidos e o que eles exportam?
A lista dos países com maiores tarifas inclui nações em desenvolvimento e emergentes, muitas delas com economias concentradas em poucas commodities ou indústrias. Confira os destaques:
- Camboja (49%): Maior exportador mundial de roupas de malha (US$ 5,5 bilhões), o país envia aos EUA principalmente dispositivos semicondutores (US$ 2,47 bilhões) e malas (US$ 1,68 bilhão).
- Laos (48%): Sua principal receita vem da exportação de eletricidade (US$ 2,15 bilhões) para os vizinhos, mas as vendas aos EUA são modestas, com madeira liderando.
- Madagascar (47%): Dependente do níquel bruto (US$ 811 milhões), tem nos EUA um comprador de malas, colchões e roupas.
- Vietnã (46%): Potência em equipamentos de radiodifusão (US$ 83,2 bilhões), abastece os EUA com eletrônicos, móveis e vestuário.
- Myanmar (44%): Exportador de gás natural (US$ 3,15 bilhões), vende aos EUA malas (US$ 162 milhões) e colchões.
Na sequência, Sri Lanka (chá), Bangladesh (vestuário), Sérvia (fios isolados), Botsuana (diamantes) e Tailândia (máquinas elétricas) completam a lista dos dez países mais afetados pelo tarifaço, com tarifas entre 36% e 44%. A forte dependência de setores únicos ou de baixo valor agregado torna essas economias especialmente vulneráveis.
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Impactos imediatos e o paradoxo brasileiro
Analistas do mercado destacam que embora o anúncio tenha sido espera, os países com grande dependência para exportação, como o Camboja e o Vietnã, por exemplo, podem sofrer um grande golpe devido a sua mão de obra barata.
Para o Brasil, o cenário traz um paradoxo. Apesar de também enfrentar tarifas, o país pode atrair capital estrangeiro que busca alternativas às nações mais afetadas, especialmente nos setores de mineração e agronegócio.
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