Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
Setor público tem superávit de R$ 3,6 bi em março, aponta BC

Setor público tem superávit de R$ 3,6 bi em março, aponta BC

O Banco Central divulgou que o setor público consolidado, que inclui União, estados, municípios e estatais, apresentou superávit primário de R$ 3,6 bilhões em março de 2025. O desempenho é superior ao registrado no mesmo mês do ano anterior, quando o resultado foi positivo em R$ 1,2 bilhão.

Apesar do desempenho agregado positivo, houve diferenças entre os entes. O Governo Central teve déficit de R$ 2,3 bilhões, enquanto as empresas estatais registraram saldo negativo de R$ 566 milhões. O superávit foi puxado pelos governos regionais, com saldo positivo de R$ 6,5 bilhões. No acumulado de doze meses, o setor público apresentou déficit primário de R$ 13,5 bilhões, o equivalente a 0,11% do PIB, uma leve melhora em relação aos 0,13% do PIB registrados até fevereiro.

Juros nominais e resultado nominal pressionam contas públicas

Os juros nominais apropriados por competência somaram R$ 75,2 bilhões em março, cifra maior que os R$ 64,2 bilhões registrados em março de 2024. No acumulado de 12 meses, os juros chegaram a R$ 935 bilhões, ou 7,80% do PIB, um crescimento significativo frente aos 6,71% do PIB verificados no mesmo período do ano anterior.

Somando o resultado primário com os juros, o resultado nominal foi deficitário em R$ 71,6 bilhões no mês. Em 12 meses, o déficit nominal atingiu R$ 948,5 bilhões, ou 7,92% do PIB, mantendo-se praticamente estável em relação ao mês anterior.

Dívidas: DLSP avança e DBGG recua

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) subiu para 61,6% do PIB, totalizando R$ 7,4 trilhões. A alta no mês foi influenciada principalmente pelos juros nominais (+0,6 p.p.) e pela valorização cambial de 1,8% (+0,2 p.p.). Por outro lado, a variação do PIB nominal contribuiu com uma redução de 0,5 p.p.

Já a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) apresentou retração, caindo para 75,9% do PIB (R$ 9,1 trilhões). O recuo de 0,2 p.p. no mês refletiu o impacto da valorização cambial, do resgate líquido de dívidas e da variação do PIB nominal, ainda que os juros tenham pressionado positivamente a dívida.

Sensibilidade da dívida a variáveis macroeconômicas

A tabela de elasticidades publicada pelo Banco Central mostra como a DLSP e a DBGG reagem a mudanças em variáveis macroeconômicas. Uma desvalorização de 1% na taxa de câmbio reduz a DLSP em R$ 8,4 bilhões, mas eleva a DBGG em R$ 10,8 bilhões. Já um aumento de 1 ponto percentual na Selic implica crescimento de R$ 54,2 bilhões na DLSP e de R$ 49,3 bilhões na DBGG, caso a mudança seja mantida por 12 meses. A queda de 1 ponto nos índices de preços reduz ambas as dívidas em cerca de R$ 19,5 bilhões.

Esses dados destacam a importância de políticas monetárias e cambiais coordenadas, especialmente num contexto de aperto fiscal e juros elevados. A atuação do Banco Central permanece central no equilíbrio macroeconômico.

Leia também: