O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve assinar nos próximos dias um decreto presidencial que reajustará o valor do salário mínimo para 2025. Segundo interlocutores do governo, o novo valor vai ser de R$ 1.518, um aumento de 7,5% em relação ao piso atual de R$ 1.412. A medida entrará em vigor em janeiro, com pagamento a partir de fevereiro.
Novo reajuste e a fórmula de cálculo
O reajuste do salário mínimo segue a nova fórmula aprovada pelo Congresso. Pela regra atual, o cálculo considera a inflação acumulada em 12 meses até novembro (4,84%) e o crescimento do PIB de dois anos antes, limitado a 2,5%. Apesar do PIB de 2023 ter crescido 3,2%, a limitação reduz o impacto no reajuste, resultando no valor arredondado de R$ 1.518.
Caso fosse aplicada a fórmula antiga, sem a limitação do PIB, o salário mínimo em 2025 poderia alcançar R$ 1.528. A diferença de R$ 10 por mês pode parecer pequena, mas representa uma perda significativa para milhões de trabalhadores, aposentados e pensionistas ao longo do tempo.
Impactos econômicos do novo salário mínimo
A restrição no aumento real do salário mínimo é parte do pacote fiscal aprovado pelo governo, que busca reduzir gastos públicos. Segundo cálculos oficiais, cada R$ 1 de aumento no salário mínimo gera uma despesa adicional de R$ 392 milhões. Com o novo teto de crescimento, o governo economizará cerca de R$ 4 bilhões em 2025 e até R$ 110 bilhões em benefícios sociais até 2030.
Apesar da economia para os cofres públicos, a medida traz impactos negativos para o consumo e o crescimento econômico. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a limitação no reajuste do salário mínimo reduz o poder de compra de 59,3 milhões de brasileiros, incluindo trabalhadores, aposentados e beneficiários de programas como o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Consequências para a população
O salário mínimo tem um papel crucial na economia brasileira, servindo como referência para salários, aposentadorias e benefícios. Ao limitar o aumento real, a renda disponível das famílias tende a cair, o que pode afetar negativamente o consumo de bens e serviços e, consequentemente, o crescimento econômico.
Segundo o Dieese, essa redução de renda já impactou o PIB do terceiro trimestre de 2024 e deve continuar influenciando os indicadores econômicos nos próximos anos.
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