A ata do Copom, divulgada nesta terça-feira (27) trouxe como novidade a indicação de que a maioria dos membros do comitê de política monetária do Banco Central enxerga como possível uma redução “parcimoniosa” da taxa de juros já na próxima reunião do grupo, que acontece dias 1 e 2 de agosto.
Para a EQI Asset, a taxa básica de juros (Selic) deve começar a cair em agosto, com recuo de 25 pontos-base.
Stephan Kautz, economista-chefe da gestora, aguarda a reunião do Comitê Monetário Nacional (CMN), na quinta-feira (29) para concluir as novas projeções para a taxa.
O BTG Pactual (BPAC11) também vê corte de 25 pontos em agosto. “Para a frente, é preciso uma melhora no processo de desinflação dos núcleos para que o pace até o final do ano fique mais claro”, diz o banco, que segue com call de Selic a 12% até o final do ano, o que significaria outros cortes de mais 150 pontos até dezembro.
Já o Itaú crê em um primeiro corte em agosto, com taxa chegando a 12,25% – antes, a previsão do banco era de 12,5%.
A projeção do Itaú é de quatro cortes do juro até o fim do ano, começando com 25 pontos em agosto, mais 25 pontos em setembro e duas quedas de 50 pontos em novembro e dezembro.
O Boletim Focus, que toda segunda-feira traz as percepções do mercado para os principais indicadores econômicos, projeta Selic a 12,25% até dezembro.
O que disse a ata
O Copom manteve a taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano, sob a justificativa de que “é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante”.
A taxa está nesse nível desde agosto de 2022, e é a maior desde janeiro de 2017.

De acordo com o documento divulgado nesta terça-feira, “a avaliação predominante foi de que a continuação do processo desinflacionário em curso, com consequente impacto sobre as expectativas, pode permitir acumular a confiança necessária para iniciar um processo parcimonioso de inflexão na próxima reunião”.
Nesta terça, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou convite para ouvir o presidente do BC. E seguem as pressões políticas sobre Roberto Campos Neto.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmou que, se ainda fosse senadora, iria pedir explicações ao presidente do BC, caso a Selic não caia em agosto.
- Leia também: Desinflação pode viabilizar queda da Selic em agosto
Quando acontecem as próximas reuniões do Copom este ano
- 1 e 2 de agosto
- 19 e 20 de setembro
- 31 de outubro e 1º de novembro
- 12 e 13 de dezembro
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