Em fevereiro, a produção industrial no Brasil apresentou uma queda de 0,3% em comparação com o mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (03). A queda no mês decepcionou a taxa esperada pelo consenso LSEG de analistas, que previa avanço de 0,3% em fevereiro ante janeiro.
É o segundo resultado negativo consecutivo, acumulando queda de 1,8%. Dessa forma, a indústria nacional estava 1,1% abaixo do patamar pré-pandemia, de fevereiro de 2020, e 17,7% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011.
Em fevereiro de 2023, a indústria registrou um aumento de 5,0%, marcando o sétimo crescimento consecutivo neste índice. No acumulado para janeiro e fevereiro de 2024, comparado ao mesmo período de 2023, houve um aumento de 4,3%. Nos últimos 12 meses, o crescimento alcançou 1,0%, mostrando uma aceleração em relação aos resultados de janeiro de 2024 (0,4%) e dezembro de 2023 (0,1%). Em fevereiro de 2023, o índice havia registrado -2,5%.

Produção industrial: impacto das atividades
De janeiro para fevereiro, apenas uma das quatro grandes categorias econômicas e 10 dos 25 ramos industriais examinados registraram queda na produção.
Impactos negativos
Entre essas atividades, os impactos negativos mais significativos foram observados nos setores de produtos químicos (-3,5%), indústrias extrativas (-0,9%) e produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-6,0%).
“A primeira elimina parte da expansão de 7,4% verificada em janeiro último. Já a segunda acumula perda de 7,8% em dois meses consecutivos de queda na produção, enquanto a última volta a recuar após crescer 16,1% no mês anterior”, ressalta André Macedo, gerente da pesquisa.
Já no recorte das grandes categorias econômicas, bens intermediários recuou 1,2% em fevereiro contra janeiro, a única taxa negativa. “Foi o segundo mês seguido de queda, acumulando perda de 3,9% nesse período”, lembra o pesquisador.
Impactos positivos
Por outro lado, entre as atividades que registraram aumento na produção, os setores de veículos automotores, reboques e carrocerias (6,5%) e de celulose, papel e produtos de papel (5,8%) tiveram os maiores impactos positivos em fevereiro de 2024. Este é o terceiro mês consecutivo de crescimento na produção para ambas as atividades, com expansões de 14,2% e 7,8%, respectivamente.
“Vale destacar também os avanços assinalados pelos ramos de produtos de minerais não metálicos (4,5%), de produtos de borracha e de material plástico (3,0%), de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,2%) e de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (2,4%)”, complementa Macedo.
Entre os aumentos observados, destaque para o segmento de bens de consumo duráveis, que registrou um avanço de 3,6% e apresentou o crescimento mais significativo neste mês, após também registrar crescimento em janeiro de 2024 (1,5%) e dezembro de 2023 (6,6%). Bens de capital (1,8%) e bens de consumo semi e não duráveis (0,4%) também apresentaram resultados positivos.
Indústria avança 5,0% frente a fevereiro de 2023
Comparado com o mesmo mês do ano anterior, a indústria nacional registrou um avanço de 5,0% em fevereiro de 2024, com resultados positivos nas quatro grandes categorias econômicas, em 20 dos 25 ramos, 55 dos 80 grupos e em 57,7% dos 789 produtos pesquisados.
“Vale citar que o resultado desse mês teve perfil disseminado de taxas positivas e foi o mais elevado desde junho de 2021 (12,1%), sendo influenciado não só pela baixa base de comparação, mas também pelo efeito-calendário, já que fevereiro de 2024 teve 19 dias úteis, um dia útil a mais do que fevereiro de 2023, que teve 18 dias úteis”, reforça Macedo.
Influências positivas
As principais influências positivas entre as atividades foram registradas por produtos alimentícios (8,3%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (7,5%), indústrias extrativas (5,3%) e veículos automotores, reboques e carrocerias (9,8%).
Além disso, apresentaram desempenhos positivos os ramos de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (18,1%), de celulose, papel e produtos de papel (7,9%), de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (11,0%), de bebidas (7,3%), de produtos de borracha e de material plástico (5,8%), de produtos de madeira (16,0%), de produtos de minerais não metálicos (5,8%), de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados (9,3%) e de outros equipamentos de transporte (9,6%).
Influências negativas
Entre as cinco atividades que tiveram recuo na produção, produtos farmoquímicos e farmacêuticos (-17,5%) foi a que teve maior influência, com o setor de manutenção, reparação e instalação de máquinas e equipamentos (-8,3%) também registrando importante impacto.
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