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Produção industrial de março sobe 1,1%, após dois meses em queda

Produção industrial de março sobe 1,1%, após dois meses em queda

A produção industrial de março subiu 1,1%, segundo divulgou nesta quarta-feira (10) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, em sua Pesquisa Industrial Mensal (PIM). A expansão vem após dois meses seguidos de queda, em janeiro e fevereiro, período em que acumulou retração de 0,5%. Com isso, a indústria nacional está 1,3% abaixo do patamar pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, e 17,9% abaixo do nível recorde da série, alcançado em maio de 2011.

“Os dois primeiros meses de 2023 foram marcados por queda, embora não tivessem disseminação do resultado negativo entre as atividades. Em março, a maior parte das atividades também ficou no campo positivo e a indústria marcou um crescimento que não era visto desde outubro do ano passado (1,3%). Então há uma melhora de comportamento da produção industrial, especialmente considerando esse crescimento de magnitude mais elevada, mas ainda está longe de recuperar as perdas do passado recente”, explica o gerente da pesquisa, André Macedo.

Ele ressalta que há, na conjuntura do país, elementos que ajudam a explicar as dificuldades de recuperação do setor industrial. Segundo o gerente da pesquisa, ainda permanecem no escopo de análise as questões conjunturais, como a taxa de juros em patamares mais elevados, que dificultam o acesso ao crédito, a taxa alta de inadimplência e o maior nível de endividamento por parte das famílias, assim como o grande número de pessoas fora mercado de trabalho e a alta informalidade.

Produção industrial de março mostra avanço em 16 de 25 atividades pesquisadas

A pesquisa industrial de março mostrou que, das 25 atividades investigadas, 16 avançaram em março. Entre elas, as principais influências sobre o índice geral vieram dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (1,7%), máquinas e equipamentos (5,1%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (6,7%).

O setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis já havia crescido 0,5% no mês anterior. “Como esse segmento tinha registrado queda em janeiro e dezembro, vem de base de comparação depreciada. Também podemos destacar o aumento na produção de itens como gasolina automotiva e óleo diesel entre os fatores que impulsionaram esse crescimento”, diz o economista do IBGE.

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No caso do setor de máquinas e equipamentos, o resultado positivo reverteu a perda de 0,7% registrada em fevereiro. “Essa atividade apresenta um crescimento importante com o aumento da produção de máquinas e equipamentos que ficam dentro da indústria, aqueles relacionados com ampliação e/ou modernização do parque industrial, tanto os seriados como os não seriados. Também vale destacar o avanço na fabricação de máquinas e equipamentos voltados para o setor agrícola e o setor de construção”, detalha ele.

Ainda no campo positivo, outros destaques foram os setores de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (3,2%), de outros equipamentos de transporte (4,8%), de produtos químicos (0,6%), de couro, artigos para viagem e calçados (2,8%) e de produtos de minerais não metálicos (1,2%).

Vestuário e acessórios são destaques negativos

Por outro lado, o segmento de confecção de artigos do vestuário e acessórios (-4,7%) exerceu a principal influência entre as oito atividades que recuaram no mês. O setor havia crescido por três meses consecutivos, acumulando ganho de 13,5% no período. Os setores de móveis (-4,3%) e de produtos de metal (-1,0%) também se destacaram entre as quedas.

Em relação às grandes categorias econômicas, ainda na comparação com fevereiro, os setores de bens de capital (6,3%) e bens de consumo duráveis (2,5%) registraram as maiores expansões, seguidas pelo setor de bens intermediários (0,9%). A única queda entre as categorias veio de bens de consumo semi e não duráveis (-0,5%). Essa categoria recuou pelo segundo mês consecutivo e acumulou perda de 0,7% no período.

BTG (BPAC11): desempenho da indústria automobilística preocupa

Segundo avaliação do BTG Pactual (BPAC11), embora a indústria extrativa tenha apresentado um forte resultado de 2,9%, a indústria de transformação caiu 0,4%. Além disso, o banco vê como preocupante os sinais de desaceleração na indústria automobilística, com paralisação de 13 fábricas, sendo 9 em abril, e resultados mais fracos divulgados na produção de automóveis no mês passado.

“Esses fatores nos fazem prever uma fraca atividade industrial nos próximos meses, dada a atual conjuntura financeira”, avalia o banco de investimentos.

O BTG ressalta ainda que, apesar do desempenho melhor do setor industrial em março, houve fraco desempenho no primeiro bimestre do ano.

“Apesar da estabilidade no acumulado do ano em relação ao último trimestre de 2022, é importante destacar que as condições financeiras estão extremamente restritivas e os efeitos defasados da política monetária serão sentidos com mais força à frente”, completa o banco.

Tá, e aí?Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset

Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, avaliou que a produção industrial foi mais forte do que o esperado ao subir 1,1% e, de acordo com ele, corrobora a projeção de um Produto Interno Bruto (PIB) de 0,9% no primeiro trimestre.

“Resultado veio mais forte, com uma abertura de composição boa e quando olhamos a difusão do setor que registraram alta, diversos setores tiveram crescimento na margem”, avaliou.

Segundo Kautz, o setor de construção civil também cresceu de forma consistente e registrou um bom primeiro trimestre. Mas lembrou que o segundo trimestre deve demonstrar uma desaceleração por conta do efeito defasado da política monetária e um ambiente internacional mais complexo, com potencial recessão.

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