O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, se encontrou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT-SP) nesta segunda-feira (29), em Brasília.
O mandatário do país vizinho vem ao Brasil com duas agendas para atender, sendo uma pública, na presença de ministros de Estado, bem como outra privada, somente com Lula.
A informação oficial é que se trata de uma “retomada das relações bilaterais, após desgastes de anos anteriores”, mas, na prática, Maduro e Lula devem tratar de fronteira, imigração, Rússia e Estados Unidos.
O primeiro diz respeito aos muitos venezuelanos que chegam à Roraima diariamente, pedindo asilo ao Brasil. Dados do Exército indicam cinco mil pessoas por dia.
Apesar de parecerem uma coisa só – fronteira e imigração – há um ponto de inflexão e que está relacionado à moeda nacional, visto que dentro da Venezuela é mais comum o comércio e o serviço negociarem com o Real e com o Dólar.
Acontece que o Bolívar venezuelano é uma das moedas mais desvalorizadas do mundo e, por conta disso, o país vizinho vive uma dolarização, embora o governo tente barrar e até dificultar o câmbio nas camadas menos abastadas da população.
Entretanto, isso não é algo tão simples de se fazer, pois, no dia a dia, a troca do dinheiro acaba acontecendo e as autoridades policiais não intervém tanto, pois, sem o ativo fica ainda mais complicado para a população adquirir bens e alimentos.
A agenda oficial inclui o seguinte:
- reunião privada entre Lula e Maduro no Palácio do Planalto;
- um encontro ampliado, com a presença de ministros;
- uma cerimônia de assinatura de atos entre os dois países;
- um almoço.

Presidente da Venezuela
O líder chavista chegou a Brasília na noite de domingo (28), acompanhado da primeira-dama Cilia Flores, e foi recebido no aeroporto pela secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty, a embaixadora Gisela Padovan.
No momento do desembarque, agradeceu a “calorosa acolhida” e afirmou que veio ao Brasil para promover uma agenda diplomática que reforce a “união dos povos do continente”.
Ele não vinha ao Brasil desde a posse de Dilma Rousseff em 2015, e sua vinda foi motivo de crítica por parte de agentes políticos de oposição ao governo Lula.
Quem é Nicolás Maduro?
Nicolás Maduro é o atual presidente da Venezuela, e galgou espaço na vida pública como vice-presidente na chapa liderada por Hugo Chávez nas eleições de 2012.
Ele teve que assumir a presidência interinamente no mesmo ano, devido ao grave estado de saúde do líder chavista.
Após a morte de Chávez, em meados de 2013, foram convocadas novas eleições, sendo estas vencidas por Maduro.
Cinco anos depois, em 2018, o líder venezuelano foi reeleito em uma eleição polêmica, não reconhecida pela oposição e por grande parte da comunidade internacional.
A economia venezuelana
A economia venezuelana aponta um declínio socioeconômico que fez o país vivenciar uma das maiores crises de sua história.
Essa derrocada é seguida de fortes medidas autoritárias, como a prisão de opositores, para consolidar o chavismo no poder.
Vale lembrar que em 2018 a eleição de Maduro não foi reconhecida pelo então presidente Michel Temer.
Na ocasião, Brasil passou a integrar o chamado Grupo de Lima, um fórum integrado que tentava encontrar uma solução pacífica para a crise política da Venezuela.
Bolsonaro e Lula
No governo do presidente Jair Bolsonaro, o Poder Executivo reconheceu o líder da oposição, Juan Guaidó, como presidente legítimo da Venezuela, um movimento iniciado pelos Estados Unidos,
À época, editou uma portaria proibindo a entrada de autoridades do alto escalão do país vizinho, entre eles Maduro, no território nacional.
Já no governo Lula, iniciado em janeiro de 2023, foi ventilada a possibilidade de Maduro vir ao Brasil para a festa da posse, mas isso não ocorreu.
Entretanto, em março o assessor especial da presidência, Celso Amorim, foi a Caracas para o primeiro encontro de alto nível com o governo chavista.
Expectativa
Há uma expectativa por parte do mercado de que o encontro com Maduro – e outros 12 líderes da América Latina, resulte na criação de um mecanismo de integração, que pode ser uma organização regional ou um fórum de debates.
Isso porque o próprio presidente Lula deu isso a entender em algumas de suas falas acerca das Américas.
Esta é uma das razões pelas quais Lula tem sido celebrado pelos líderes sul-americanos, por sua capacidade de aglutinação, ou seja, ele conversa e tem livre acesso a praticamente todos os países da Região, e essa “função” já era esperada pelos presidentes vizinhos.
Acontece que o Brasil é o maior país da América do Sul e sua economia é a mais forte do bloco, em comparação a seus pares.
Para se ter ideia, na última semana o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estava de viagem marcada para a China onde iria pleitear um financiamento à vizinha Argentina. A agenda foi interrompida por conta da votação do novo arcabouço fiscal.
Oposição faz barulho
A oposição ao governo Lula aproveita o momento para criticar a visita de Maduro, e as políticas do governo petista. O coro é puxado pelos congressistas do Partido Liberal (PL) e se dá, principalmente, no ambiente das redes sociais.
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