A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) melhorou a projeção para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 2024, conforme relatório divulgado nesta quarta-feira (4). A economia do país deve crescer 3,2% no próximo ano, superando a estimativa anterior de 2,9%. Esse desempenho representaria uma aceleração em relação a 2023, quando o PIB avançou 2,9%.
Contudo, a OCDE revisou para baixo as projeções para 2025, prevendo uma expansão de 2,3%, ante os 2,6% anteriormente projetados. Para 2026, a estimativa é ainda mais modesta, com crescimento de 1,9%.
Reformas e desafios para o crescimento
O relatório destaca que, para garantir um crescimento econômico mais robusto e sustentável, o Brasil vai precisar implementar reformas estruturais significativas. A organização aponta desafios como pressões inflacionárias persistentes, a política monetária restritiva adotada pelo Banco Central, e a desaceleração da demanda externa, fatores que podem impactar o desempenho econômico nos próximos anos.
Além disso, a política fiscal expansionista pode dificultar o alcance da meta de déficit primário, fixada em até 0,6% do PIB para 2024 e 2025. Esse cenário fiscal adverso também poderá prejudicar a confiança do mercado e o ritmo de recuperação econômica.
Inflação e taxa de juros
A OCDE prevê uma desaceleração gradual da inflação no Brasil, embora em ritmo mais lento do que o esperado. O IPCA deve atingir 4,5% em 2024 e 4,2% em 2025, contra previsões anteriores de 4,4% e 4,0%, respectivamente. Para 2026, o índice deve recuar para 3,6%.
Riscos adicionais de alta para a inflação incluem eventos climáticos que impactem a produção de alimentos e bebidas, além de flutuações nos preços de energia devido a fatores externos. A inflação de serviços também pode permanecer elevada, impulsionada pelo crescimento econômico acima do esperado e pela depreciação do real.
A OCDE recomenda um aperto monetário mais acentuado para conter a inflação, com a taxa Selic sendo elevada para 11,75% até meados de 2025. A flexibilização monetária só deve ocorrer no final de 2025, quando a inflação desacelerar, e a taxa básica de juros pode chegar a 9,5% em 2026.
Projeções globais da OCDE
No cenário internacional, a OCDE manteve a projeção de crescimento do PIB global em 2024 em 3,2%. Para 2025, a expectativa subiu ligeiramente, de 3,2% para 3,3%.
O relatório ressalta que a continuidade da queda da inflação deve permitir maior flexibilização nas taxas de juros ao redor do mundo. Esse ambiente econômico tende a favorecer investimentos privados e consumo doméstico, especialmente em economias avançadas.
Nos Estados Unidos, a maior economia mundial, o crescimento deve atingir 2,8% em 2024, seguido por uma expansão de 2,4% em 2025 e 2,1% em 2026. Esses números refletem uma desaceleração gradual, com o mercado de trabalho e o consumo privado em ritmo mais moderado.
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