O jornal estadunidense New York Times criticou em uma reportagem o STF (Supremo Tribunal Federal) por estar “silenciosamente” enterrando o que chamou de “uma das maiores ações anticorrupção da história recente”, em referência à operação Lava Jato.
A matéia com o título “Um caso de corrupção que se espalhou pela América Latina está sendo desfeito”, que foi assinada pelos jornalistas Jack Nicas e Ana Ionova, afirma que o Supremo “está rejeitando evidências” e “anulando condenações importantes”.
O texto conta sobre as decisões do ministro do STF Dias Toffoli, que foi responsável por anular condenações de réus envolvidos no esquema de corrupção, como Marcelo Odebrecht, Léo Pinheiro e Raul Schmidt. O ministro afirmou nas decisões que os magistrados e procuradores que atuaram na Lava Jato ignoraram o devido processo legal. Algumas provas foram teriam sido obtidas de forma ilegal, o que impede de serem usadas para sustentar as condenações.
“O ministro José Antonio Dias Toffoli tem sido central nesse processo, argumentando que provas obtidas ilegalmente não podem sustentar condenações. Dentre suas decisões mais recentes estão a anulação de multas contra empresas como Odebrecht e JBS, impactando 115 condenações no Brasil e influenciando casos em outros países da região, como Peru, Argentina e Panamá”, diz um trecho da reportagem.
A operação Lava Jato revelou um amplo esquema de corrupção envolvendo empresas como a Odebrecht (atual Novonor), JBS e Petrobras. Executivos dessas corporações pagavam propinas a políticos e funcionários públicos em troca de favorecimentos em obras e contratos. Marcelo Odebrecht, presidente e herdeiro da companhia, foi preso em junho de 2015 por seu envolvimento no esquema.
Entre os condenados pela Lava Jato esteve o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi detido na superintendência da Polícia Federal em Curitiba no dia 7 de abril de 2018. Lula foi solto em novembro de 2019 após cumprir 580 dias de prisão. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal anulou a condenação ao reconhecer que o juiz responsável pelo caso, Sergio Moro (hoje senador pelo União Brasil-PR), agiu com parcialidade.
O jornal destacou a ligação do ministro Dias Toffoli com Lula e o PT antes de sua chegada ao Supremo Tribunal Federal. “Antes de ingressar na Suprema Corte, ele [Toffoli] trabalhou como advogado do partido político e, mais tarde, como conselheiro do presidente. Em 2009, Lula o indicou para a mais alta Corte do país. Lula e seu partido foram alvos centrais da investigação da Lava Jato”, afirmou o veículo.
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