O economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Pierre-Olivier Gourinchas, avalia que o crescimento e a recuperação econômica global podem ser prejudicados por um possível aumento dos preços do petróleo. A guerra entre Israel e Hamas pode ser o impulsionador deste movimento, segundo as projeções divulgadas nesta terça-feira (10).
Segundo cálculos do especialista, um aumento de 10% nos preços do petróleo reduziria o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 0,15% e elevaria a inflação global em 0,4%. Desde o início do conflito, no último sábado (7), o barril da commodity chegou a subir mais de 4%.
“Vimos isso em crises e conflitos anteriores. E isso reflete o potencial risco de que possa haver perturbação na produção no ou no transporte de petróleo na região”, disse Gourinchas em entrevista coletiva para comentar o relatório Panorama Econômico Mundial.
Israel e Hamas: como alta do petróleo impacta economia
Apesar da possibilidade de elevação dos preços do petróleo, Gourinchas diz que ainda é “muito cedo” para avaliar possíveis consequências econômicas do conflito.
“Penso que temos de ser cautelosos. Ainda é muito cedo para realmente avaliar qual poderá ser o impacto [do conflito]”, disse o economista-chefe do FMI. Segundo Gourinchas, a situação está sendo “monitorada de perto”.
Para o FMI, a economia mundial tem demonstrado uma “notável resiliência”, apesar de fatores como:
- a guerra entre Rússia e Ucrânia, que já dura quase dois anos;
- o aumento das taxas de juros pelos bancos centrais para enfrentar a inflação;
- e os efeitos duradouros da pandemia de Covid-19.
O documento, no entanto, foi elaborado antes da guerra entre Israel e Hamas.
O FMI acredita que a economia mundial crescerá 3% em 2023, mantendo a projeção de julho, e 2,9% em 2024, cortando em 0,1 ponto porcentual a expectativa para o ano que vem.
Para os EUA, o FMI espera alta de 2,1% no PIB em 2023, o que repetiria o resultado de 2022 e representa um avanço de 0,3 ponto porcentual ante a expectativa de julho. Para 2024, espera crescimento de 1,5% no PIB americano, avanço de 0,5 ponto ante julho.