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IPCA de março é de 0,71%, puxado por alta da gasolina

IPCA de março é de 0,71%, puxado por alta da gasolina

O IPCA de março ficou em 0,71%, abaixo do consenso projetado de 0,77%, e com desaceleração em relação à alta de 0,84% apresentada em fevereiro. O índice deste vez teve impacto principalmente da gasolina, que registrou alta acima de 8% após a retomada da cobrança de impostos, adotada pelo governo a partir de 1º de março, depois de oito meses de desoneração. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11) pelo IBGE. 

IPCA de março:  variação mensal
Fonte: IBGE

No ano, a inflação oficial do país acumula alta de 2,09%. Nos últimos 12 meses, o valor acumulado é de 4,65%, abaixo dos 5,60% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, o IPCA havia sido de 1,62%.

IPCA de março: índice acumulado nos últimos 12 meses
Fonte: IBGE

IPCA de março: fatores de influência por setor

O grupo Transportes foi o destaque no índice de março, sendo responsável pelo maior impacto (0,43 p.p.) e maior variação (2,11%). Em seguida vieram Saúde e cuidados pessoais (0,82%) e Habitação (0,57%), que desaceleraram em relação a fevereiro, contribuindo com 0,11 p.p. e 0,09 p.p., respectivamente.

Por outro lado, Artigos de residência (-0,27%), que teve alta de 0,11% em fevereiro, foi o único grupo pesquisado a registrar queda este mês. Os demais ficaram entre o 0,05% de Alimentação e bebidas e o 0,50% de Comunicação. 

IPCA de março: tabela com inflação por grupos econômicos
Fonte: IBGE

A gasolina (8,33%), subitem com maior impacto individual no índice de março (0,39 p.p.), teve grande peso na alta verificada em Transportes. O etanol (3,20%) também contribuiu, embora sua reoneração tenha sido menor que a da gasolina (R$ 0,02 por litro, ante R$ 0,47 da gasolina).

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“Os resultados da gasolina e do etanol foram influenciados principalmente pelo retorno da cobrança de impostos federais no início do mês, estabelecido pela Medida Provisória 1157/2023”, confirma o analista da pesquisa, André Almeida. 

Gás veicular (-2,61%) e óleo diesel (-3,71%) continuaram em queda em março. Já as passagens aéreas, que haviam recuado 9,38% em fevereiro, caíram 5,32% desta vez. Reajustes em tarifas de táxi em Belo Horizonte, em ônibus intermunicipal na região metropolitana do Rio de Janeiro, além de ônibus urbano em quatro áreas de abrangência do índice, também influenciaram em Transportes.

IPCA de março: altas na saúde

O grupo Saúde e cuidados pessoais, por sua vez, foi impactado principalmente pela alta de 1,20% do plano de saúde, que segue incorporando as frações mensais dos planos novos e antigos referentes ao ciclo de 2022-2023.

Numa comparação com o mês anterior (2,80%), os itens de higiene pessoal (0,72%) apresentaram uma variação menos intensa. Os artigos de maquiagem subiram 4,80%, enquanto os produtos para pele tiveram queda de 2,42% em março.

No grupo Habitação (0,57%), a maior contribuição (0,09 p.p.) veio da energia elétrica residencial (2,23%). As variações das áreas ficaram entre -0,65% em Belém, onde houve redução de PIS/Cofins e aumento da alíquota de ICMS, até 9,79% em Porto Alegre, onde as tarifas de uso dos sistemas de transmissão (TUST) e distribuição (TUSD) foram reincluídas na base de cálculo do ICMS. 

O mesmo ocorreu em outras áreas, como Belo Horizonte (4,43%), Curitiba (3,88%) e Vitória (2,86%). No Rio de Janeiro (2,57%) foram aplicados reajustes de 7,49% e de 6% nas duas concessionárias pesquisadas, ambos a partir de 15 de março. 

IPCA de março: batata cai, cenoura dispara

Em Alimentação e bebidas (0,05%), a queda da alimentação no domicílio, que passou de 0,04% em fevereiro para -0,14% em março, exerceu grande influência. Batata-inglesa (-12,80%) e óleo de soja (-4,01%) tiveram recuos mais intensos na comparação com fevereiro. Cebola (-7,23%), tomate (-4,02%) e carnes (-1,06%) também tiveram redução. Por outro lado, cenoura (28,58%) e ovo de galinha (7,64%) foram os destaques dentre as altas. 

Único dos nove grupos pesquisados a mostrar variação negativa em março, Artigos de residência (-0,27%) teve as quedas nos itens de tv, som e informática (-1,77%) como principais responsáveis pelo resultado. Televisor (-2,15%) e computador pessoal (-1,08%) foram as quedas mais acentuadas. 

Os eletrodomésticos e equipamentos (-0,23%) também caíram, após alta de 0,45% em fevereiro. “As promoções realizadas durante a semana do consumidor, ocorrida em março, podem ter influenciado”, acrescenta André. 

IPCA de março: variações regionais

Em relação aos índices regionais, todas as áreas tiveram alta em março. A maior variação foi em Porto Alegre (1,25%), devido às altas da gasolina (10,63%) e da energia elétrica residencial (9,79%). Já a menor variação foi em Fortaleza (0,35%), onde houve quedas de 17,94% do tomate e de 2,91% do frango inteiro. 

IPCA de março: tabela com inflação por capital
Fonte: IBGE

O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), que verifica a inflação para as famílias mais pobres, teve alta de 0,64% em março, abaixo do registrado no mês anterior (0,77%). No ano, o índice acumula alta de 1,88% e, nos últimos 12 meses, de 4,36%, abaixo dos 5,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2022, a taxa havia sido de 1,71%. 

O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. 

Tá, e aí?Stephan Kautz,, economista-chefe da EQI Asset

O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, avalia os números como positivos, mas acha que ainda é cedo para projetar uma queda concreta da inflação no médio e longo prazo.

“O cenário é similar ao que temos visto nos últimos meses, com bons números, mas um núcleo ainda preocupante. Precisamos de mais números nos próximos meses para ter certeza de que a inflação vai recuar para baixo de 5%, numa projeção anualizada”, explica o economista.

Entre os pontos positivos, Kautz destaca a queda de produtos in natura. “É um número de certa forma surpreendente e mostra que há um sinal positivo a respeito desses itens, comoa carne, por exemplo”, aponta.

Ouça o comentário completo abaixo.

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