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Inverno com El Niño: entenda o risco de impactos na economia

Inverno com El Niño: entenda o risco de impactos na economia

O inverno que começa nesta semana no Hemisfério Sul será marcado pela incidência do fenômeno climático El Niño pela primeira vez desde 2019. Neste texto, vamos entender o que é o fenômeno, como ele afeta as temperaturas e os impactos do El Niño na economia mundial, em decorrência principalmente dos possíveis prejuízos à produção  agrícola.

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Impactos do El Niño na economia: o fenômeno climático e o agronegócio

El Niño, “o menino” em espanhol, é um fenômeno verificado quando há um superaquecimento das águas na região equatorial do Oceano Pacífico, no espaço entre a América Central e as ilhas próximas à região da Indonésia. Esse aquecimento provoca um aumento da umidade, que se reflete em maior quantidade de chuvas em regiões próximas, como a América do Sul e a costa da Califórnia.

No caso do Brasil, por exemplo, é previsto que o inverno seja menos rigoroso e com mais chuvas no Sul e no Sudeste, enquanto o Nordeste deve ter mais calor e ocorrência de chuvas ainda abaixo da média, especialmente nas regiões mais próximas ao Equador.

O fenômeno se alterna com sua contraparte, La Niña, “a menina”, quando há o resfriamento das águas, o que inverte os ciclos climáticos, reduzindo a ocorrência de chuvas no Sul e no Sudeste. Esse lado foi visto nos últimos anos, até 2022, o que provocou forte redução da safra brasileira de grãos entre 2021 e 2022. Com clima melhor, a expectativa para este ano é de safra recorde, mas uma nova ocorrência do El Niño pode prejudicar tanto a colheita que ainda resta para este ano quanto o plantio da próxima safra.

Impactos do El Niño na economia: o mundo de sobreaviso

Outros impactos podem acometer áreas distintas, no entanto. Segundo análise da Bloomberg, a Austrália pode sofrer com secas severas e incêndios florestais, o que prejudicaria a produção de trigo e outras culturas; a seca também pode afetar a produção de arroz na Índia; enquanto o Chile pode ver restrições do acesso às minas de cobre, responsáveis por um terço da produção mundial do minério.

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Além disso, o fenômeno El Niño aumenta o risco de impacto à infraestrutura: as redes elétricas sofrem tensões e os apagões se tornam mais frequentes; o calor extremo em algumas regiões pode criar emergências de saúde pública; e o excesso de chuvas aumenta o risco de inundações e destruições.

Bhargavi Sakthivel, economista da Bloomberg Economics, aponta que o evento climático, causando prejuízo à produção de commodities ao redor do mundo, pode prejudicar a luta global contra a inflação e El Niño “chega exatamente no momento errado” para isso, num momento em que os bancos centrais das economias desenvolvidas vêm aumentando os juros.

Ele aponta que, enquanto os bancos tentam reduzir a inflação por meio de uma queda da demanda, o El Niño normalmente causa choques de oferta, que tendem a aumentar os preços sem que os bancos centrais tenham como controlar isso.

Analistas da Bloomberg apontam que países com a economia fortemente atrelada ao agronegócio podem ter o PIB impactado em até 0,5 p.p.