O Conselho de Administração da Petrobras (PETR3, PETR4) vai se reunir na próxima quarta-feira (25/05) para debater sobre as mudanças nos preços dos combustíveis, de acordo com fontes internas do setor petroleiro citadas pelo jornal O Globo.
Embora a ata da reunião aponte que os conselheiros devam tratar de temas sigilosos da empresa petrolífera, como a venda de ativos e os rumos que os investimentos da estatal devem tomar, um dos temas centrais da reunião será a política de preços. Segundo fontes internas, o assunto deve ser tratado de forma informal.
Ainda de acordo com fontes da empresa de economia mista, no centro das discussões estariam as recentes tentativas do governo federal de modificar a forma como a Petrobras reajusta o diesel e a gasolina.
Pessoas ligadas ao Planalto afirmam que o Governo Federal tem tentando traçar um “plano” para evitar novos aumentos – que tem sido cada vez mais constantes desde o início do ano, mas piorado depois do início da guerra entre a Ucrânia e a Rússia. O plano governamental incluiria não só realizar mudanças na diretoria, mas também na legislação e no estatuto da companhia – o que implicaria diretamente os acionistas da empresa.
Atualmente, 6 dos 11 membros do Conselho de Administração da Petrobras foram indicados pelo governo federal, que é o acionista majoritário da petrolífera. Nos bastidores, comenta-se que parte dos conselheiros que tem ligação direta com o governo federal estão alinhados as estratégias do Planalto e elogiaram à troca no comando do Ministério de Minas e Energias, na semana passada.
Por outro lado, uma fonte revela que a grande maioria do Conselho da Petrobras é contra a troca da diretora executiva sem qualquer justificativa palpável e mudar a forma como a empresa define o reajuste dos preços, apontando que eles poderiam dar a entender aos acionistas que estão indo contra os interesses dos acionistas ao corroborarem com o governo de alguma forma.
Nesta semana, de acordo com informações do ‘O Globo’, o governo tem como foco realizar mudanças em três diretorias: a financeira, a de tecnologia e a de relações institucionais. Para parte das fontes ouvidas pela reportagem, o intuito destas mudanças seria justamente buscar mais influência em empresas como a Petrobras – de relevância para a sociedade civil e de capital misto – procurando tornar as interferências na gestão algo tido como dentro dos parâmetros legais.
Como funciona a regulação de preços da Petrobras
Com a mudança, haveria a possibilidade de mudar o cálculo do preço do commodity. Atualmente, a estatal regula os preços com base no CIF, que incluiu todos os custos que a Petrobras tem para produzir o petróleo, desde a importação até o frete desta operação – no entanto, o preço é usado até mesmo nos casos em que o petróleo é brasileiro.
A ideia é que com mudanças na legislação, o preço a ser adotado seja o FOB, que leva em conta o valor bruto da mercadoria, sem contabilizar os custos envolvidos na importação do produto – o que consequentemente tornaria o preço da commodity mais barato.
Fontes lembram ainda que parte do governo federal deseja que o estatuto da Petrobras seja modificado para que a União não tenha de indenizar a empresa petrolífera. Durante o governo de Michel Temer, ele aprovou um artigo em que a empresa só iria acatar mudanças sugeridas pela União visando o interesse público se fosse indenizada, já que desta forma a sociedade estaria sendo colocada acima do interesse dos acionistas da empresa.
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