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Fuga dos milionários: Brasil perde 800 endinheirados em 2024

Fuga dos milionários: Brasil perde 800 endinheirados em 2024

O Brasil perdeu 800 milionários em 2024. A “fuga dos milionários” parece, à primeira vista, um aviso para quem não quer ouvir sobre desigualdade. Mas hoje, ela define uma realidade: pessoas com mais de US$ 1 milhão em patrimônio estão deixando o país em número crescente.

Os dados são da consultoria Henley & Partners, especializada em migração de alta renda, e colocam o Brasil como o sexto país do mundo que mais perdeu milionários neste ano. O destino favorito? Portugal.

Insegurança e impostos: os motivos por trás da fuga dos milionários

Segundo Magda Portugal, CEO da Portogallo Family Office, o êxodo tem quatro causas principais: insegurança urbana, temor fiscal, instabilidade política e busca por qualidade de vida. O medo da violência ainda pesa muito nas decisões de famílias ricas.

Paralelamente, propostas do governo Lula de taxar grandes fortunas, para compensar a isenção do Imposto de Renda de salários de até R$ 5 mil, levantaram alertas entre os endinheirados. Some-se a isso a instabilidade econômica e política e a crescente insatisfação com os serviços públicos.

Esses fatores somados criam um cenário em que manter fortuna no Brasil parece mais arriscado do que viver no exterior. E para quem pode bancar uma mudança, o passaporte português, facilitado por vínculos culturais e leis de cidadania, virou um atalho para recomeçar com mais segurança e qualidade de vida.

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Portugal: o novo “Brasil com ordem”

Cascais, região nobre nos arredores de Lisboa, virou sinônimo de refúgio para a fuga dos milionários brasileiros. Com infraestrutura de alto padrão, escolas internacionais e clima ameno, o país europeu oferece o que muitos consideram inalcançável no Brasil: tranquilidade. A proximidade linguística e cultural também colabora. Muitos se sentem em casa, sem os riscos de viver em grandes centros urbanos brasileiros.

Impactos da fuga: menos arrecadação e talentos perdidos

A saída desses milionários não é apenas simbólica, ela tem efeitos práticos. Cada pessoa que migra com US$ 10 milhões representa o mesmo impacto cambial que uma exportação do mesmo valor.

São recursos que deixam de circular no país, enfraquecendo setores como o mercado de luxo, a gastronomia de alto padrão, o varejo premium e até a geração de empregos qualificados. Muitos desses emigrantes são empresários que, fora do país, abrem negócios, geram empregos, e pagam impostos em outras bandeiras.

Um termômetro de confiança

Mais de 60% dos bilionários que migraram em 2024 são empreendedores, segundo o relatório da Henley. O movimento reflete mais do que decisões pessoais: ele é um termômetro da confiança na estabilidade política e econômica. E, neste momento, o Brasil não está inspirando segurança. Como resume Paula Kasparian, da Leao Group, “em Dubai, quem investe acima de US\$ 100 mil não paga imposto nenhum”. Para muitos, o risco de ficar começa a pesar mais do que o custo de partir.

A fuga dos milionários não é apenas uma estatística — é um sinal de alerta. E se o país não oferecer condições para manter seus grandes contribuintes, o rombo deixado por eles pode ser mais profundo do que se imagina.

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