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FMI diminui previsão de crescimento mundial, mas melhora expectativa para o PIB do Brasil

FMI diminui previsão de crescimento mundial, mas melhora expectativa para o PIB do Brasil

O Fundo Monetário Internacional (FMI) diminuiu a expectativa do crescimento global de 4,4% para o para 3,6%. Os principais motivos para a redução são a guerra na Ucrânia, as sanções ocidentais à Rússia e os lockdowns adotados na China.

Segundo o FMI, enquanto as perspectivas econômicas são duramente afetadas pela guerra na Ucrânia, a economia global, que ainda não se recuperou totalmente da pandemia e sofre com os últimos bloqueios na China, pode enfrentar novos gargalos nas cadeias de suprimentos globais.

Além disso, já antes da guerra, a inflação em muitos países subia em razão de contínuos desequilíbrios de oferta e demanda, levando a um aperto na política monetária.

Nesse contexto, além do impacto humanitário imediato e trágico, a guerra e o surto de casos de Covid-19 na China vão ajudar a desacelerar o crescimento econômico e aumentar a inflação em vários países.

O diretor do departamento monetário e de mercado de capitais do FMI, Tobias Adrian, em análise feita para o blog da instituição, afirmou que “embora nenhum evento sistêmico tenha se materializado, o equilíbrio de riscos pendeu mais firmemente para o lado da desvantagem”.

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Segundo ele, o aperto monetário pode ser maior do que esperado. Por essa razão, muitos bancos centrais deverão adotar medidas mais fortes e de maneira mais rápida para conter a inflação. Esse movimento, de acordo com Adrian, deve ser maior do que o estimado pelos mercados.

Brasil

FMI melhorou a perspectiva de crescimento do PIB do Brasil, de 0,3% para 0,8%. Porém, a instituição cortou expectativa para 2023 em 0,2%, projetando assim uma expansão econômica de 1,4%. O FMI também indicou que o ciclo de aperto monetário do Banco Central brasileiro impede um crescimento maior.

As previsões do FMI estão, portanto, bem mais pessimistas do que as do Ministério da Economia, que projeta um crescimento de 1,5% da economia brasileira este ano e de 2,5% em 2023.

Uma das razões para a mudança das expectativas do FMI em relação ao Brasil é o efeito da liberação do FGTS, que começa hoje, na economia do país. A medida vai liberar o saque de R$ 30 bilhões de reais. Os trabalhadores brasileiros poderão retirar até R$ 1 mil. No total, os R$ 30 bilhões serão distribuídos para mais de 40 milhões de pessoas.

Saiba mais: Saque extraordinário de R$ 1 mil do FGTS: veja se você tem direito

Aumento no Auxílio Brasil

A liberação do recursos do FGTS, no entanto, pode aumentar um pouco mais a pressão inflacionária no país.

Ontem, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), admitiu que o valor do Auxílio Brasil pode aumentar durante a votação da Medida Provisória (MP) na próxima semana. Enquanto isso, o governo federal, por sua vez, atua para travar a análise e impedir que a oposição eleve o do auxílio de R$ 400 para R$ 600.

Lira afirmou que “de vez em quando, quando o Congresso não pesa a mão direito sobre as contas públicas, ele desequilibra”.

Para analistas, a sustentação fiscal desse possível aumento no Auxílio Brasil é muito frágil. Essa percepção de risco poderia, por exemplo, contaminar muito a questão cambial no Brasil.