O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Larry Summers, avaliou que o país estaria à beira de uma “grave crise financeira” por causa das tarifas de Donald Trump, presidente do país. Ele deu a declaração em sua conta no X.
“Os acontecimentos nas últimas 24 horas sugerem que podemos estar caminhando para uma grave crise financeira totalmente induzida pela política tarifária do governo dos EUA”, escreveu ele em um dos posts.
“As taxas de juros de longo prazo estão subindo, mesmo com o mercado de ações em forte queda. Esse padrão bastante incomum sugere uma aversão generalizada aos ativos americanos nos mercados financeiros globais. Estamos sendo tratados pelos mercados financeiros globais como um mercado emergente problemático”, completou ele, em outro post.
Ele avalia ainda que as tarifas poderiam desencadear todos os tipos de espirais viciosas, dadas as dívidas e déficits governamentais e a dependência de importações de materiais do exterior.
Tarifas de Trump: única saída, para Summers, seria o recuo do presidente
Para escapar dessa crise que está a caminho, o ex-secretário do Tesouro acredita que a o único caminho seria o próprio Trump recuar de suas políticas tarifárias. “Este é o primeiro surto de instabilidade financeira nos EUA causado pelo governo americano”, completou ele.
Enquanto isso, os rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos recuaram de suas máximas nesta quarta-feira (9) após um leilão de dívida pública de 10 anos superar as expectativas do mercado e aliviar preocupações quanto à demanda por papéis do governo americano.
A taxa de cobertura de lances do leilão de US$ 39 bilhões em títulos de 10 anos atingiu 2,67, significativamente superior ao nível registrado na última operação semelhante. O dado sinaliza forte interesse por parte dos investidores, o que contribuiu para uma reversão parcial da recente trajetória de alta nos rendimentos.
Apesar da recuperação, o rendimento do título de 10 anos ainda apresentou uma alta diária de 14 pontos-base, fechando em 4,40%, após ter ultrapassado 4,51% durante a madrugada. Na semana anterior, esse mesmo título operava abaixo de 3,9%. O movimento é especialmente relevante porque os papéis de 10 anos servem como referência para diversas taxas de juros na economia americana, como hipotecas, financiamentos de veículos e dívidas de cartão de crédito.
O rendimento dos títulos de 30 anos também surpreendeu ao atingir 5,02% durante a noite, patamar não visto desde novembro de 2023, antes de recuar para 4,87%. Já o título de 2 anos teve uma variação mais moderada, com alta de 3 pontos-base, chegando a 3,77%.
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