A empresa de tecnologia oceânica exploração DEEP lançou um novo projeto de habitat em águas profundas chamado Sentinel. Com a promessa de estabelecer uma presença humana permanente sob os oceanos até 2027, ideia da empresa é criar um habitat submersível que oferece moradias no oceano com quartos, chuveiros e banheiros, espaços de trabalho, áreas sociais e de jantar, e até salas para pesquisa.
O projeto também permitirá que cientistas e pesquisadores permaneçam no fundo do mar por longos períodos, realizando estudos e investigações submarinas de forma contínua.
Como são as moradias no oceano
Todos os espaços são personalizáveis e flexíveis, proporcionando aos seres humanos a capacidade de viver, trabalhar e prosperar em qualquer lugar da Plataforma Continental. O foco principal do projeto é estabelecer uma missão multigeracional para transformar os humanos em habitantes dos mares. O Sentinel marcará o primeiro passo significativo desse caminho.
Em reportagem para a Forbes, Sean Wolpert, presidente da DEEP, apresentou os objetivos por trás do lançamento. “Queremos trazer a humanidade de volta para o oceano”, disse o presidente. “É sobre aumentar a conscientização e destacar a importância do oceano, que é o coração e os pulmões de nosso planeta, responsável pelo oxigênio em pelo menos a cada dois suspiros que você dá.”
Acomodações

Os quartos no Sentinel são projetados para proporcionar conforto e privacidade, com espaço adequado para acomodar uma pessoa de 1,80m para dormir. Além disso, oferecem amplo espaço de armazenamento e grandes janelas para uma atmosfera arejada e luminosa.
Banheiro

Cada banheiro oferece dois espaços individuais com áreas de troca privativas, vaso sanitário, chuveiro e armários de armazenamento. Além disso, as instalações de lavanderia também são fornecidas.
Cozinha

Uma cozinha totalmente equipada oferecerá amplo espaço para armazenamento, preparação de alimentos e culinária. Ela incluirá uma bancada espaçosa, pia, geladeira, máquina de sous-vide e torneira com água fervente instantânea.
Mezanino

Um espaço de trabalho flexível pode ser adaptado para atender a uma missão específica. Cientistas e pesquisadores podem utilizá-lo como um laboratório, enquanto educadores podem configurá-lo como uma estação de trabalho de computador mais tradicional.
Exploração e pesquisa do oceano
Além do projeto de moradias, o Sentinel permitirá que pesquisadores vivam ali por até 28 dias. Isso proporcionará acesso às plataformas continentais em todo o mundo e a pontos mais profundos do oceano, onde se acredita que 90% da vida marinha esteja concentrada. “A exploração e mapeamento do oceano ainda estão no começo, e as potenciais aplicações para a saúde que ele contém são significativas”, afirma Wolpert.
A capacidade de explorar as profundezas desconhecidas do oceano proporcionará aos cientistas a oportunidade de observar mais de perto e compreender os mistérios do fundo do mar. “Podemos posicionar o Sentinel a uma profundidade de até 200 metros”, diz o presidente.
Quando a construção começará?
Segundo o presidente da DEEP, ainda é necessário obter algumas aprovações e “começar a derreter metal até o final deste ano”. “Somos muito sortudos por ter uma pedreira de calcário muito grande que está cheia de água a oeste da Inglaterra, que tem 600m de comprimento, 100m de largura, 80m de profundidade, 20m de visibilidade, de água clara. É lá que teremos o primeiro Sentinel implantado. Esperamos ter o primeiro teste em águas profundas até o final de 2026.”
A perspectiva de civis estabelecerem moradias no oceano é promissora, embora seja acessível apenas para alguns indivíduos ricos. “Pessoas que desejam passar por esse processo e se tornarem capazes de operar nesse habitat podem ser aquelas com patrimônio líquido altíssimo”, diz Wolpert. “É só pensar nas empresas como SpaceX e Blue Origin, que estão enviando super ricos ao espaço”.