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Desaprovação ao governo Lula volta a crescer, puxada por críticas à responsabilidade fiscal

Desaprovação ao governo Lula volta a crescer, puxada por críticas à responsabilidade fiscal

Rejeição avança após período de recuperação e percepção negativa sobre controle de gastos se consolida como maior fonte de desgaste

A desaprovação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a crescer em novembro e ultrapassou novamente a aprovação, segundo a pesquisa AtlasIntel/Bloomberg divulgada nesta terça-feira (2). O levantamento mostra que 50,7% dos entrevistados desaprovam o governo, alta de 2,6 pontos percentuais em relação a outubro, enquanto a aprovação caiu para 48,6%.

O movimento reverte a tendência positiva observada após o episódio do tarifaço dos Estados Unidos contra produtos brasileiros — período em que a aprovação havia interrompido uma sequência de quedas e voltado a ganhar tração. O avanço da rejeição, agora, devolve o governo a um cenário semelhante ao registrado antes da melhora do segundo semestre.

O dado mais sensível da pesquisa é o fator que estrutura essa mudança: a responsabilidade fiscal e o controle de gastos aparecem como o principal motivo da desaprovação, citados por 55% dos entrevistados. Impostos, carga tributária e segurança pública também figuram entre as queixas mais recorrentes.

A pesquisa entrevistou 5.510 pessoas entre 22 e 27 de novembro e tem margem de erro de um ponto percentual.

Oscilação retorna após meses de recuperação

A reversão ocorre depois de sucessivos levantamentos que mostravam melhora gradual do humor do eleitorado ao longo do segundo semestre, influenciada por inflação mais baixa, indicadores de consumo e maior estabilidade nas relações políticas.

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Com o resultado de novembro, essa trajetória perde força e volta ao terreno negativo, indicando um novo ponto de inflexão na percepção pública sobre o governo.

Avaliação do governo também piora

Além da imagem pessoal de Lula, a avaliação da gestão como um todo recuou. O percentual de eleitores que classificam o governo como ruim ou péssimo subiu para 48,6%, ante 47,2% em outubro. 

Já a parcela que considera a administração ótima ou boa caiu de 48% para 44,4%, interrompendo a recuperação que vinha desde o pior momento do ano, quando estava em 37,4%.

Outros 7% avaliaram o governo como regular.

Quem aprova Lula — e quem rejeita

Entre os segmentos em que Lula apresenta maior aprovação, destacam-se:

  • Mulheres: 58,4%
  • Pessoas com menor escolaridade: 57,4% entre quem estudou até o ensino fundamental
  • Faixa etária de 45 a 59 anos: 61,7%
  • Beneficiários do Bolsa Família: 55,5%
  • Nordeste: 58,7%

A pesquisa também aponta um dado fora do padrão histórico: Lula tem sua maior aprovação entre famílias com renda acima de R$ 10 mil (62,2%), além de alcançar 82,1% entre agnósticos e ateus.

Os índices de desaprovação são mais intensos entre:

  • Homens: 61,1%
  • Jovens de 16 a 24 anos: 68,1%
  • Pessoas com ensino médio: 63,1%
  • Evangélicos: 72,1%
  • Centro-Oeste: 69,9%
  • Famílias com renda entre R$ 2 mil e R$ 3 mil: 63,2%

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Responsabilidade fiscal é o principal foco de desgaste

A força do tema fiscal na percepção negativa marca um contraste com pesquisas anteriores e reforça a sensibilidade do eleitorado ao debate sobre:

  • cumprimento de metas fiscais,
  • expansão de gastos obrigatórios,
  • aumento da carga tributária,
  • inflação em serviços e itens essenciais.