O Senado dos EUA aprovou na noite de quinta-feira (1) o projeto de lei para aumentar o teto da dívida. Agora, ele segue para a sanção do presidente Joe Biden, evitando, assim, o primeiro default dos EUA.
O projeto prevê aumentar o teto da dívida e limitar os gastos do governo por dois anos. Desta forma, evita-se que o tema seja rediscutido em 2024, ano de eleição presidencial – para a qual Biden já se disse candidato à reeleição.
O presidente deve assinar o projeto hoje mesmo, apenas três dias antes do que seria o prazo para os EUA entrarem em default – que seria o não-cumprimento de seus pagamentos.
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O que aconteceria em caso de default dos EUA?
Se o aumento do limite da dívida não fosse autorizado, alguns serviços públicos fecham as portas por falta de dinheiro para pagamento dos funcionários e da manutenção. Outros pagamentos que poderiam atrasar seriam os benefícios da previdência e os desembolsos para o Medicare (o seguro-saúde federal para pessoas com mais de 65 anos).
A Casa Branca chegou a apontar que alguns dias de default custaria cerca de 500 mil empregos e uma queda de 0,6% do PIB, efeitos que poderiam se multiplicar se a situação persistir por mais tempo, com risco de fechamento de mais de 6 milhões de vagas de trabalho.
Risco do não pagamento dos Tresuries
O maior temor do mercado, porém, era o risco de não pagamento dos Treasuries, os títulos da dívida americana, com vencimento nos meio e no fim de cada mês. As estimativas dos bancos apontam para mais de US$ 200 bilhões em títulos com vencimento até o fim de junho.
Entre os grandes detentores de títulos do Tesouro estão desde os maiores bancos do país até bancos centrais estrangeiros, cujas reservas monetárias dependem dos dólares americanos.
A classificação de crédito dos EUA seria, então, rebaixada por agências de risco como o Moody’s e a S&P, o que tornaria futuros empréstimos mais caros e possivelmente obrigaria o Fed a manter o aperto monetário por mais tempo.
“Ninguém consegue tudo o que deseja em uma negociação, mas não se engane: este acordo bipartidário é uma grande vitória para nossa economia e para o povo americano”, disse Biden em comunicado após a votação.
Como foi a votação
O projeto de lei do teto da dívida de compromisso foi aprovado no Senado por uma margem de 63 a 36, com apoio suficiente de democratas e republicanos para superar o limite de 60 votos.
A maioria dos republicanos do Senado, 31 senadores, votou contra o projeto de lei do teto da dívida, enquanto apenas 17 senadores republicanos o apoiaram.
Apenas quatro democratas e o senador independente de Vermont, Bernie Sanders, votaram contra o projeto de lei, enquanto os outros 46 membros da bancada democrata votaram a favor.
A votação foi o capítulo final de uma sequência de acordos. “Ambos os lados, democratas e republicanos, tiveram de ceder. Então não tem um grande vencedor claro nesse momento”, pontua Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset.
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