Em decisão marcada por dissenso (5 a 4), o Copom reduziu a taxa Selic em 50 pontos-base (pbs), para 13,25%. Como destaque, o presidente do Banco Central (BCB), Roberto Campos Neto, foi o voto decisivo pelo corte mais intenso.
As projeções de inflação pouco se alteraram em relação à reunião anterior, com 2023 em 4,9%, 2024 em 3,4%, e 2025 em 3%. Ou seja, a inflação convergiria para a meta somente em 2025, horizonte que passou a ser parcialmente incorporado nas decisões de política monetária.
Dentre os fatores de risco de alta na inflação, o Comitê excluiu a menção à desancoragem das expectativas de inflação, indicando algum conforto com a melhora nas últimas semanas. Além disso, foi retirada a indicação sobre as incertezas fiscais. A resiliência da inflação de serviços passou a ser considerada.
Pelo lado dos riscos de baixa, o mercado de crédito deixou de ser relevante, enquanto foi incluída possibilidade de inflação global mais baixa pelo aperto sincronizado das taxas de juros.
A decisão pelo corte foi acompanhada pela indicação de que a política monetária permanecerá contracionista até a consolidação da ancoragem das expectativas, dado que nos horizontes mais longos a pesquisa Focus ainda registra projeções de 3,5% ante uma meta de 3%.
Sobre os próximos passos, o Comitê indicou a manutenção do ritmo de cortes em 50pbs como cenário base. Em relação ao tamanho total dos cortes, o comunicado foi menos assertivo, indicando que dependerá de diversos fatores, como inflação, expectativas atividade e balanço de riscos.
Dada a surpresa da decisão em relação a nossa expectativa por um corte de 25pbs, revisamos nossa projeção para a taxa Selic em final de 2023 para 11,50% (de 11,75%) e o final do ciclo para 8,75% (de 9%), a ser alcançado em meados de 2024.
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