O CPI dos EUA recua em setembro na comparação com agosto, segundo o Departamento do Trabalho. O resultado de 0,3% veio um pouco abaixo do esperado pelo mercado, que projetava 0,4%. Em 12 meses, o índice acumula alta de 3%.

A maior contribuição para o avanço veio dos preços da gasolina, que subiram 4,1% no mês, impulsionando o grupo de energia, que avançou 1,5%. O setor de alimentos também teve leve alta: 0,2% em relação a agosto. Os alimentos consumidos em casa subiram 0,3%, enquanto os consumidos fora de casa avançaram 0,1%.
O chamado “núcleo” do CPI, que exclui itens voláteis como energia e alimentos, subiu 0,2% em setembro, ante 0,3% esperados. Nos últimos 12 meses, o núcleo acumula variação de 3%, mostrando uma trajetória estável em relação a meses anteriores.
Expectativa de corte de 25 pontos-base
A chance do Fed cortar juros em 25 pontos-base da taxa de juros na próxima reunião do Fed, marcada para 29 de outubro, bate 100% no CME Group, enquanto aposta em duas quedas este ano sobe para 96,7%, após CPI abaixo do esperado.
Shutdown atrasou divulgação, mas órgão retomou atividades
A publicação do CPI de setembro sofreu atraso devido ao shutdown do governo americano — uma paralisação parcial das atividades públicas provocada pela falta de aprovação do orçamento no Congresso. Durante o período, diversos órgãos federais interromperam serviços, incluindo o Bureau of Labor Statistics (BLS), responsável pelo levantamento do índice.
O BLS, no entanto, retomou temporariamente o trabalho para garantir a divulgação do dado, concluindo a coleta de preços antes da interrupção. A decisão visou preservar a regularidade das estatísticas oficiais e manter a transparência das informações econômicas.
O que é o CPI?
O CPI dos EUA (sigla para Consumer Price Index) é o principal indicador da inflação americana. Ele mede a variação média dos preços pagos pelos consumidores em áreas urbanas para uma cesta de bens e serviços, como alimentação, energia, habitação e transporte. Em outras palavras, mostra o quanto o custo de vida está aumentando ou diminuindo no país.
O CPI serve de bússola para o Federal Reserve (Fed), o banco central americano, que usa o comportamento dos preços como um dos principais critérios para definir os juros. Quando a inflação sobe demais, o Fed tende a aumentar as taxas para conter o consumo; quando desacelera, há espaço para cortes que estimulem a economia.





