O CPI, um dos principais índices de inflação dos EUA, voltou a acelerar em abril, ficando em 0,4%, ante 0,1% em março, e ficou em 4,9% no acumulado dos últimos 12 meses. Os dados do CPI dos EUA em abril foram divulgados nesta quarta-feira (10) pelo Bureau of Labor Statistics.

- Invista no exterior: procure a EQI Internacional para saber como obter rendimentos em dólar com segurança e tranquilidade
Os preços de energia voltaram a acelerar – a gasolina, por exemplo, registrou reajustes em torno de 3,0%, embora ainda tenha queda de 12,2% nos últimos 12 meses. Já o óleo lubrificante teve queda de 4,5%, e já acumula mais de 20% de queda em um ano.
A alimentação ficou estável, com queda de 0,2% para a alimentação em casa e alta de 0,4% para a comida fora de casa, em restaurantes e lanchonetes..
O núcleo da inflação, que desconsidera os preços de alimentos e de energia, por serem mais voláteis, ficou também em 0,4%,com o acumulado dos últimos 12 meses chegando a 5,5%. Nesse recorte, o item de maior impacto no CPI foi carros usados, com alta de 4,4%.
- Agro – o motor do Brasil: baixe e-book gratuito e veja como investir no setor
CPI dos EUA: impacto na política monetária
Embora o acumulado dos últimos meses tenha tido um leve recuo, de 5,0% para 4,9%, os números ainda estão bem acima da meta de 2% planejada pelo Fed, o banco central norte-americano, para modificar a política monetária
Na semana passada, o Fomc, comitê de política monetária do Fed, aumentou os juros mais uma vez, para o intervalo entre 5% e 5,25% ao ano, e reforçou no comunicado a importância de analisar os próximos dados de inflação, atividade econômica e mercado de trabalho antes de tomar as próximas decisões. A próxima reunião do Fomc será em 13 e 14 de junho.
Para o time de Macro & Estratégia do banco BTG Pactual (BPAC11), o resultado veio próximo ao consenso médio do mercado e mostra uma desaceleração no chamado “supercore”, ou seja, o núcleo dos serviços sem habitação, uma das métrica usadas pelo Fed na definição da política monetária.
Os analistas, contudo, consideram que o índice segue pressionado, com médias móveis de 3 e 6 meses anualizadas com números entre 4,5% e 5%. “Em nossa visão, o resultado do CPI ainda dá espaço para um posicionamento hawkish (contracionista) por parte do Fed. No entanto, a estratégia será menos focada em continuar com o ciclo de alta de juros – que, em nossa opinião, já foi concluído – e mais na redução da probabilidade de cortes ainda este ano”, apontam os analistas do BTG.
O economista-chefe da EQI Asset, Stepahn Kautz, explica que os números ainda são bastante altos, especialmente para o núcleo, que vem mantendo a média de 0,4% nos últimos meses, o que mostra que a pressão inflacionária segue forte nos EUA.
“É uma desaceleração pequena, um movimento muito mais gradual do núcleo do que do índice cheio, e está bem longe de convergir para a meta de 2%”, explica o analista, apontando que o setor de serviços tem mostrado sinais de melhora, ainda que “incipientes”, entre os itens relacionados a hospitalidade.
Para Mautz, os números corroboram a decisão do Fed da semana de aumentar os juros mais uma vez. “Mas essa deve ter sido a última alta, o fim do ciclo de aperto monetário, e agora o Fed deve ficar parado. Nossa projeção é que essa taxa máxima de 5,25% deve permanecer até o fim do ano, até que o banco central tenha convicção de que as pressões inflacionárias cederam”, conclui.
Ouça o comentário completo abaixo.
- Depois de ler sobre o CPI dos EUA em abril, que tal investir fora do Brasil e buscar opções de rendimentos em dólar? Baixe gratuitamente o nosso e-book Investimentos Internacionais e fale com a EQI Internacional para dolarizar/ parte de seu patrimônio com segurança e fugir da volatilidade do mercado brasileiro.