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Copom eleva taxa Selic em 1,5 ponto, chegando a 10,75%

Copom eleva taxa Selic em 1,5 ponto, chegando a 10,75%

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic em 1,5 ponto percentual (p.p.). Com isso, a taxa básica de juros agora é de 10,75% ao ano, conforme projeção de mercado. Em comunicado, o conselho vê, como mais adequada, a redução do ritmo de ajuste da taxa.

De acordo com o comunicado, considerando o cenário atual, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros.

O colegiado entendeu que que essa decisão reflete seu cenário de referência e um balanço de riscos de variância maior do que o previsto para a inflação. Também considera como compatível com a convergência da inflação para as metas ao longo do horizonte que inclui 2022 e 2023.

Copom

“O Copom considera que, diante do aumento de suas projeções e do risco de desancoragem das expectativas para prazos mais longos, é apropriado que o ciclo de aperto monetário avance significativamente em território contracionista. O Comitê enfatiza que irá perseverar em sua estratégia até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas”, diz trecho do comunicado.

O relatório diz ainda que em relação aos seus próximos passos, o Comitê antevê como mais adequada, neste momento, a redução do ritmo de ajuste da taxa básica de juros.

Essa sinalização reflete o estágio do ciclo de aperto, cujos efeitos cumulativos se manifestarão ao longo do horizonte relevante.

“O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar a convergência da inflação para suas metas, e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, diz outro trecho.

O banco BTG Pactual aponta que na próxima reunião, em março, poderá ocorrer um aumento de 1 p.p. e, em seguida, na reunião seguinte, mais 0,5 ponto.

O que é a Selic?

A taxa é o principal instrumento de política monetária utilizado pelo Banco Central para controlar a inflação.

Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato. O que incentiva a produção e o consumo, mas reduz o controle da inflação.

Em sentido contrário, quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, seu objetivo é conter a demanda aquecida e atrair capital estrangeiro, o que reduz a cotação do dólar e impacta na inflação.

Saber sobre a taxa Selic é importante para o investidor, porque a taxa funciona como um norte para montar uma boa carteira de investimentos.

A regra é: com a taxa de juros baixa, os rendimentos da renda fixa deixam de ser tão atrativos. Por outro lado, com taxa de juros alta, a renda fixa volta a ganhar destaque.

E é justamente o que acontece no momento: a renda fixa volta a ser interessante.

Como o Copom define a Selic?

A principal função do Copom é realizar uma avaliação do cenário macroeconômico do país e os principais riscos a ele associados.

É com base nessas avaliações que são tomadas as decisões de política monetária.

Além de definir a Selic, desde 1999 o Copom também é responsável por acompanhar o cumprimento das metas de inflação definidas pelo Conselho Monetário Nacional.

Vale lembrar que o Copom não pode aumentar ou diminuir a taxa Selic sem que, para isso, exista uma justificativa pautada na tendência do cenário econômico e no mercado brasileiros.

Na realidade, as variações na Selic tendem a acompanhar as variações de um outro índice, o IPCA, que é o indicador base da inflação no país.

Nesse sentido, diante de um cenário em que a inflação esteja controlada, a tendência da taxa Selic é cair.

Já nos momentos em que há um aumento na inflação, a Selic normalmente sobe para ajudar no controle do mercado.

Atualmente, além da inflação, outro tema bastante recorrente nas atas do Copom é justamente o risco de o governo não obedecer ao teto de gastos.

O que fazer com os investimentos?

Com a elevação da taxa básica de juros (Selic) para 10,75% ao ano e a previsão, o mercado deve continuar olhando com bons olhos a renda fixa. Neste cenário, o que investidor pode fazer para se proteger é conseguir boas taxas de CDI, porque Selic subindo, CDI sobe junto.

Bons títulos de inflação e CDBs ou debêntures que pagam IPCA+ são boas opções, tendo em vista que a inflação deve continuar preocupando.

Vale lembrar que a rentabilidade dos investimentos deve ser sempre acima da inflação ou atrelada a ela (no caso de títulos e CDBs, por exemplo). Caso contrário, toda a rentabilidade será perdida.

No entanto, é importante entender que uma carteira equilibrada não foca apenas em um tipo de ativo. É preciso “distribuir os ovos em mais cestas”, como estratégia de defesa e diversificação, equilibrando o desempenho dos ativos.

Ricardo Binelli, sócio-diretor da Solis Investimentos, explicou que após dois anos sendo estimulado a aumentar sua exposição ao risco de mercado, dadas as baixíssimas taxas de juros que foram praticadas no país, o atual ciclo de aumento da Selic acaba motivando o investidor brasileiro a retornar para a renda fixa. Esta tem se mostrado cada vez mais competitiva.

“Com um novo aumento da taxa Selic, esses investidores verificarão uma valorização mais acentuada de suas posições, já que o retorno nominal de todas as aplicações pós-fixadas, atreladas a taxa básica de juros, vai subir”, disse ele.

Dente as opções de renda fixa, as mais promissoras são as aplicações pós-fixadas. Ou seja, que respondem positivamente a um aumento das taxas de juros.

“As alternativas de renda fixa atreladas a inflação tendem a ter um desempenho menos positivo, dado que juros maiores têm objetivo justamente de reduzir a inflação”, completou.

Juros altos: o que esperar dos investimentos para 2022?

Segundo Elias Wiggers, assessor da EQI Investimentos, os juros devem permanecer altos em 2022, porque o governo está buscando desancorar as expectativas de inflação.

“Enquanto as variáveis que puxam a inflação perdurarem, os juros continuarão altos. Nesse sentido, a expectativa do mercado é de que permaneçam na casa de 9% a 11% ao longo de 2022 para depois começar a baixar de novo a partir de 2023.

Quando a taxa básica de juros sobe, ela pressiona para cima o preço de serviços financeiros como financiamentos, empréstimos bancários, taxa do cartão, entre outras modalidades de crédito.

Por outro lado, os investimentos em renda fixa, como CDB, LCI, LCA, entre outros, tendem a se valorizar.

Renda fixa em 2022

A alta na taxa Selic aponta que a renda fixa para 2022 trará boas oportunidades para diversos perfis de investidores.

Para o prazo de três a cinco anos, especialistas do BTG Pactual, indicam títulos indexados ao IPCA+. Essa combinação permite ao investidor tirar proveito da alta dos juros e, ao mesmo tempo, proteger o patrimônio da inflação.