Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Economia
Notícias
China diz que não há negociações comerciais em andamento com os EUA

China diz que não há negociações comerciais em andamento com os EUA

A China afirmou de forma categórica que não há negociações comerciais em curso com os EUA, mesmo diante de declarações recentes de autoridades americanas sugerindo um possível alívio nas tensões. A palavra veio do porta-voz do Ministério do Comércio chinês, He Yadong, que declarou: “No momento, não há absolutamente nenhuma negociação sobre economia e comércio entre a China e os EUA.” Ele também alertou que “todas as declarações” sobre avanços nas tratativas bilaterais devem ser descartadas.

Essa posição confronta diretamente os comentários feitos pelo presidente Donald Trump e pelo secretário do Tesouro, Scott Bessent, que indicaram nesta semana um possível movimento de distensão. A situação atual, no entanto, mostra o contrário: a guerra comercial segue firme, com tarifas de até 145% impostas pelos EUA a produtos chineses, respondidas por medidas similares de Pequim.

Condições da China: diálogo só em pé de igualdade

O Ministério do Comércio reforçou que a China estaria disposta a dialogar com os EUA, desde que fosse tratada como igual. A mesma linha foi seguida pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun. Segundo os dois órgãos, qualquer avanço só ocorrerá se os EUA removerem as chamadas “medidas unilaterais”.

“A China definitivamente quer ver a guerra comercial se acalmar, pois isso prejudica ambas as economias”, afirmou Yue Su, economista-chefe do The Economist Intelligence Institute. No entanto, a falta de consistência nas políticas americanas fez com que a China mudasse sua postura: de tentar atender às exigências dos EUA para priorizar seus próprios interesses. O pedido para que as tarifas sejam eliminadas simboliza essa mudança de estratégia.

Publicidade
Publicidade

Impactos econômicos e postura mais agressiva

A escalada das tensões já começou a repercutir nas projeções econômicas. Bancos de Wall Street têm revisto para baixo suas expectativas de crescimento do PIB chinês. A perspectiva de novos atritos levou até mesmo à ameaça, por parte de Pequim, de impor contramedidas a países que se alinharem com os EUA em detrimento dos interesses chineses.

Para Jianwei Xu, economista da Natixis, qualquer negociação só terá peso se os EUA voltarem a tarifas em torno de 20% ou menos. Mas isso implicaria reconhecer que a escalada tarifária de Trump pode ter sido, no fim das contas, um movimento de retorno ao ponto de partida. “Para o governo Trump, reduzir tarifas demais pode levantar questões desconfortáveis: qual era o sentido do confronto se acabássemos de volta onde começamos?”

O contexto comercial global em mudança

Enquanto a relação bilateral China-EUA se complica, a dinâmica global muda. Os EUA ainda são o principal parceiro individual da China, mas, em termos regionais, o Sudeste Asiático já ultrapassou a União Europeia, tornando-se o maior parceiro comercial do país asiático. Isso reforça a tendência de diversificação da China e seu esforço em fortalecer mercados alternativos.

A ausência de diálogo direto entre as duas maiores economias do mundo mantém o clima de incerteza e dificulta previsões confiáveis para o comércio global. Com a retórica endurecida de ambos os lados, uma reaproximação concreta parece distante no curto prazo.

Você leu sobre China e EUA. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!