A palavra “bets” tem ganhado destaque nos debates públicos nos últimos meses, especialmente devido à revelação de contratos milionários firmados entre influenciadores digitais e sites de apostas online com “cachê da desgraça alheia”. Um dos casos mais emblemáticos envolve a apresentadora e influenciadora Virginia Fonseca, cujo vínculo com empresas investigadas, como a Esportes da Sorte e Blaze, levantou polêmicas sobre os lucros derivados das perdas financeiras de seus seguidores.
De acordo com a revista Piauí, Virginia firmou um contrato em 2022 com a Esportes da Sorte, site de apostas sob investigação na operação “Integration”. Como parte do acordo, a influenciadora teria direito a 30% de tudo o que os apostadores perdessem ao utilizarem o link promovido por ela em suas redes sociais. Na prática, isso significa que, para cada R$ 100 perdidos pelos fãs, Virginia embolsava R$ 30.
O modelo, chamado de “cachê da desgraça alheia” por empresários envolvidos nas negociações, foi criticado por internautas. Apesar do sucesso nas redes sociais – com 50 milhões de seguidores e uma vida cercada de luxo – a notícia não agradou a muitos fãs. “Estudei tanto na vida… não fiquei rica. E tudo bem, porque crescer assim em cima da perda de outro, ao meu ver, nem vale”, escreveu uma seguidora.
Virginia ainda promoveu o site em um stories de janeiro de 2023, atraindo 120 mil novos apostadores. No entanto, após pouco tempo, migrou para a Blaze, outra empresa investigada, com um contrato anual de R$ 29 milhões.
A influenciadora não respondeu aos questionamentos da revista Piauí sobre os motivos que a levaram a aceitar o “cachê da desgraça alheia” das bets. O caso ilustra um modelo de negócios que alavanca a popularidade de figuras públicas às custas do prejuízo financeiro de seus seguidores, acendendo debates sobre ética e responsabilidade na publicidade digital.
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