Em meio ao colapso global provocado pela nova tarifa de 10% imposta pelo governo Trump, Warren Buffett surge como um dos poucos bilionários que não apenas preservaram, mas aumentaram sua fortuna. Enquanto os mercados afundavam e os bilionários mais próximos de Trump perdiam bilhões, o fundador da Berkshire Hathaway viu seu patrimônio crescer US$ 11,5 bilhões em 2025, atingindo US$ 153,5 bilhões.
Essa resiliência é ainda mais notável considerando que, após o anúncio das tarifas, os 500 mais ricos do mundo perderam juntos mais de US$ 500 bilhões. Buffett, aos 94 anos, consolidou-se como a quarta pessoa mais rica do mundo e uma das únicas duas do top 20 cuja fortuna cresceu neste ano.
Trump impõe tarifa global e mercados desabam
O estopim para a turbulência foi o anúncio de Donald Trump, que impôs tarifas de 10% sobre todas as importações. China, Reino Unido, União Europeia e outros parceiros estratégicos foram especialmente atingidos. O impacto foi imediato: o S&P 500 caiu 4,8% e o Nasdaq 5,9%, com perdas semelhantes na Ásia e Europa.
A nova política econômica gerou incerteza e derrubou as ações de grandes empresas, reduzindo drasticamente as fortunas dos bilionários mais expostos ao comércio global, muitos dos quais haviam se alinhado politicamente com Trump.
Bilionários próximos de Trump lideram perdas
O maior perdedor foi Jeff Bezos, com queda de US$ 12,7 bilhões (R$ 71,4 bilhões) após as ações da Amazon (AMZN; AMZO34) despencarem 7%. Próximo a Trump nos últimos anos, inclusive na posse presidencial, Bezos tentou moderar o tom do Washington Post, mas viu sua fortuna evaporar.
Mark Zuckerberg também sentiu o baque. A Meta (META; $M1TA34) caiu 6%, e o criador do Facebook perdeu US$ 11,4 bilhões (R$ 64 bilhões). Elon Musk, parceiro informal de Trump no Departamento de Eficiência Governamental, perdeu US$ 8,7 bilhões (R$ 48,9 bilhões) após queda de 5% nas ações da Tesla (TSLA; TSLA34), que também teve queda de vendas de 13% no trimestre.
Larry Ellison, da Oracle (ORCL; ORCL34), perdeu US$ 9,2 bilhões (R$ 51,7 bilhões). Bernard Arnault, do grupo LVMH (LVMH), ficou US$ 8,6 bilhões (R$ 48,3 bilhões) mais pobre. Ambos demonstraram apoio político recente a Trump, participando de eventos e jantares com o presidente.
Buffett nada contra a maré
O contraste entre Buffett e os demais bilionários é gritante. Mesmo com as ações da Berkshire Hathaway caindo 8,8% desde a última quarta-feira (2), seu desempenho superou o S&P 500. Parte da explicação está na estrutura da Berkshire: exposta a setores mais locais e menos dependentes do comércio internacional, como seguros de propriedade e acidentes, a empresa ficou relativamente protegida da crise.
Além disso, o mercado aposta que Buffett aproveitará a queda para realizar uma aquisição estratégica, como já fez em momentos semelhantes no passado. Ele também reduziu exposição à Apple (AAPL; AAPL34) e ao Bank of America, evitando perdas maiores.
Quem saiu do ranking bilionário
Enquanto Buffett se fortaleceu, outros despencaram do ranking. Gary Friedman, da Restoration Hardware, perdeu 39% da fortuna. Kenneth e Yvonne Lo, do setor têxtil, viram suas ações caírem 23% e deixaram o clube dos bilionários. O setor de vestuário, fortemente dependente de importações asiáticas, foi duramente atingido pelas novas tarifas.
Trump perde pouco, por enquanto
Apesar do caos, a fortuna de Trump caiu “apenas” US$ 64 milhões, uma perda modesta diante do tombo dos mercados. A Trump Media & Technology Group caiu 3%, desempenho menos ruim que o restante do mercado, protegendo parcialmente o patrimônio do presidente.
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