Após uma queda de 7% na demanda por aço em dezembro, o setor mostrou recuperação nos primeiros meses de 2025. Segundo o Instituto Aço Brasil (IABr), em janeiro, a demanda aparente disparou 15%, levantando dúvidas se esse crescimento foi impulsionado apenas por importações, já que as vendas domésticas avançaram apenas 3%. No entanto, os dados de fevereiro confirmam uma retomada consistente, com aumento de 7% na demanda, sendo 8% de avanço nas vendas internas e importações crescendo 5%.
Apesar dos sinais positivos, relatório do BTG Pactual (BPAC11) alerta para desafios persistentes no setor. A expectativa é de um crescimento moderado para 2025, com um avanço de apenas um dígito médio na demanda. A pressão das importações segue como um obstáculo para a indústria local, principalmente devido à penetração elevada de aço importado. O atual sistema de cotas do governo não tem surtido efeito significativo, com a participação das importações atingindo 20% no segmento de chapas planas — um patamar ainda acima do ideal.
Os principais desafios enfrentados pela siderurgia brasileira são a falta de poder de precificação e a concorrência externa. No segmento de aço plano, o prêmio elevado de cerca de 30% representa um risco de queda nos preços, enquanto no setor de vergalhões e longos, a oferta ainda supera a demanda no curto prazo.
Demanda por aço: visão cautelosa
Diante desse cenário, o banco de investimento mantém uma visão cautelosa para o setor global de aço, destacando a persistência da sobrecapacidade produtiva. No Brasil, apesar dos números positivos, as condições desafiadoras podem impactar a indústria nos próximos trimestres.
Os destaques do relatório incluem:
- Demanda aparente por aço cresceu 7% em fevereiro, com vendas internas subindo 8%.
- Em aço plano, os embarques domésticos atingiram 1.002 mil toneladas, um avanço de 11% no ano.
- No setor de aços longos, os embarques domésticos totalizaram 677 mil toneladas, alta de 6% em fevereiro.
- Importações totais de aço continuam em crescimento, mas desacelerando, somando 468 mil toneladas (+5% no ano).
- Importações de aço plano subiram 14%, reduzindo ligeiramente a penetração para 20%.
- Importações de aços longos caíram 5%, com penetração recuando para 10% (de 14% no mês anterior).
- Exportações de aço subiram para 891 mil toneladas em janeiro (+29% no ano).
Excesso global de oferta e impactos para o Brasil
O documento traz ainda que o principal problema do mercado global de aço segue sendo o excesso de produção na China, que gera exportações insustentáveis e pressiona os preços. A esperada racionalização da capacidade produtiva ainda não ocorreu, e a demanda global não apresenta sinais de um novo ciclo de crescimento baseado em infraestrutura.
Diante desse cenário, o BTG Pactual adota uma abordagem seletiva, favorecendo empresas de maior qualidade, como a Gerdau (GGBR4). A companhia possui exposição ao mercado norte-americano, que pode se beneficiar da política tarifária do presidente Donald Trump. Atualmente, a Gerdau negocia a menos de quatro vezes seu EBITDA estimado para 2025 e entrega um retorno de fluxo de caixa livre de 7% a 8%.
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