A meta de inflação e a reforma tributária no noticiário podem contribuir para um câmbio mais próximo dos R$ 5 no final deste ano. A afirmação é do BTG Pactual (BPAC11), conforme relatório encaminhado ao mercado.
No documento, o banco de investimentos lembra que o real apreciou desde seu último relatório tratando do tema, e isso pode ser explicado por um cenário mais favorável para parte da cesta de moedas emergentes e pela descompressão de risco no cenário doméstico a partir do avanço do arcabouço fiscal.
De acordo com os analistas Leonardo Paiva e Arthur Mota, que assinam o relatório, no campo internacional a atual discussão sobre o balanço de risco indica um Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) que poderia implementar novos aumentos de juros.
“No entanto, um sinal importante é que o mercado está começando a considerar a possibilidade de não haver cortes neste ano, conforme o nosso cenário base. A resolução do impasse do limite da dívida americana, juntamente com a normalização contínua do estresse bancário, reduziu a probabilidade de riscos extremos afetarem o mercado positivamente”, escreveram.
E prosseguiram: “com isso em mente, mantemos uma visão construtiva para os próximos meses nas alocações globais, após um longo período de aperto monetário no Ocidente, o que pode ser desfavorável na margem para fluxo emergente e, por consequência, colaborar para alguma depreciação do real.
Segundo eles, é importante reconhecer que, embora a tese de reabertura e recuperação da China ainda esteja em vigor, a divergência entre setores está se tornando mais evidente e exigirá ajustes de política por parte do governo no segundo semestre, o que pode ser benéfico para a economia brasileira.

Câmbio: análise de câmbio pelo BTG
Ainda de acordo com Leonardo Paiva e Arthur Mota, a economia doméstica está enfrentando um cenário mais favorável, impulsionado pela aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados.
“O texto aprovado apresentou melhorias em sua qualidade. A metodologia de cálculo da parcela real do crescimento da despesa para 2024 se tornará mais complexa, porém, capaz de alcançar os mesmos 2,5% previstos inicialmente”, informaram.
Por outro lado, elencaram, a exclusão das despesas primárias da apuração da meta foi vedada, fechando uma brecha significativa utilizada no passado e tornando o balanço de riscos relativamente mais favorável para o mercado doméstico.
Cotação
Por volta das 15h50 de hoje o dólar recuava 0,38%, cotado em R$ 4,9104.

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