O ex-presidente Jair Bolsonaro está internado em estado clínico estável após se submeter a uma cirurgia de 12 horas no último domingo (13), em Brasília. A operação foi motivada por um quadro de obstrução intestinal e ocorreu no Hospital DF Star, onde ele permanece sob cuidados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), segundo boletim médico divulgado.
De acordo com os médicos, Bolsonaro foi submetido a uma “cirurgia de extensa lise de aderências e reconstrução da parede abdominal”. O procedimento, classificado como de grande porte, não apresentou complicações nem demandou transfusão de sangue. “A obstrução intestinal era resultante de uma dobra do intestino delgado que dificultava o trânsito intestinal e que foi desfeita durante o procedimento de liberação das aderências”, informou o boletim.
Recuperação e monitoramento na UTI
O ex-presidente está consciente, sem dor, e recebe suporte clínico e nutricional, além de medidas para prevenção de infecções. A equipe médica responsável pelo acompanhamento inclui os médicos Cláudio Birolini, Leandro Echenique, Ricardo Camarinha, Guilherme Meyer e Allisson Barcelos Borges.
A cirurgia teve início às 8h30 e, embora estivesse prevista para durar seis horas, se estendeu por mais tempo devido à complexidade do caso. Antes do boletim oficial, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro comunicou em suas redes sociais que o procedimento foi “concluído com sucesso” e prometeu mais informações por meio de uma coletiva médica.
Histórico de complicações
Este não foi o primeiro episódio de obstrução intestinal enfrentado por Bolsonaro. Desde que sofreu uma facada em 2018, durante a campanha presidencial, ele já passou por múltiplas cirurgias abdominais. Seus médicos associam os episódios recorrentes às sequelas desse atentado.
Na última sexta-feira (11), Bolsonaro precisou ser hospitalizado após sentir fortes dores abdominais durante uma viagem ao interior do Rio Grande do Norte. Foi transferido para Brasília no sábado, onde deu entrada no hospital para exames e posteriormente a cirurgia.
Atuação política e polêmicas judiciais
Mesmo enfrentando problemas de saúde, Bolsonaro continua atuando politicamente. Ele tem defendido publicamente um projeto de lei de anistia para seus apoiadores envolvidos nos atos de invasão à capital federal em janeiro de 2023. Antes da cirurgia, chegou a enviar uma mensagem criticando a punição a uma de suas apoiadoras e apelando ao Congresso: “Deus ilumine cada um dos 513 deputados e 81 senadores em seus votos. Se com nossas decisões pavimentamos a nossa eternidade, esse voto tem um peso capital.”
O ex-presidente também enfrenta diversas investigações e ações judiciais. Em março, tornou-se réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de envolvimento em tentativa de golpe após as eleições de 2022. Além disso, foi declarado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por abuso de poder político durante a última campanha presidencial.
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