O Boletim Focus do Banco Central (BC) mais uma vez revisou para cima a projeção da taxa básica de juros, a Selic. Agora, os economistas estimam que a Selic chegará a 14% ao ano em 2025, um aumento em relação aos 13,50% projetados anteriormente. Vale destacar que, há apenas quatro semanas, a expectativa era de uma Selic de 12%.
Para 2026, o Focus também revisou as previsões, passando de 11% para 11,25%. Em comparação com o mês passado, a expectativa era de 10%. Por outro lado, as projeções para 2027 foram mantidas em 10%.
Esse aumento nas expectativas da Selic reflete o movimento atual da taxa. Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a Selic em 1 ponto percentual, passando de 11,25% para 12,25%. Além disso, o comunicado do Copom foi bastante duro, indicando que a taxa pode ser elevada em 2 pontos percentuais nas duas próximas reuniões.
Boletim Focus: IPCA mantém trajetória de altas nas expectativas
Assim como a Selic, as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) continuam a subir. Nesta semana, o mercado aumentou as expectativas para a inflação oficial de 4,84% para 4,89%. Há quatro semanas, essa projeção era de 4,64%.
O IPCA de novembro, no acumulado dos 12 meses, ficou em 4,87%. Vale notar que, embora tenha havido uma desaceleração de 0,56% em outubro para 0,39% em novembro, a composição dos números gerou preocupações.
Segundo Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, apesar da desaceleração em relação a outubro, a abertura qualitativa do IPCA de novembro foi mais preocupante para o BC.
“A diferença entre a expectativa e o resultado do IPCA foi pequena, mas a composição foi pior. A inflação de serviços, por exemplo, subiu de 0,40% para 0,60%, e os núcleos também ficaram acima do esperado. Além disso, os serviços mais intensivos em mão de obra tiveram alta superior à prevista”, avalia Kautz.
O economista alerta que a inflação deve fechar o ano próximo a 4,8%, e para 2025, a projeção é de 4,5%. Ele também destaca que o primeiro semestre do ano que vem ainda será impactado pelos altos preços dos alimentos e pela recente depreciação cambial. A meta de inflação do Banco Central é de 3%, com uma margem de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.
As projeções para 2025 também sofreram um pequeno ajuste. O mercado agora espera um IPCA de 4,60%, contra 4,59% na semana passada e 4,12% há um mês. No entanto, para 2026, as expectativas foram mantidas em 4%.
PIB e dólar mantém escalada
Pela quarta semana consecutiva, o mercado revisou para cima a projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). A estimativa agora é de um crescimento de 3,42%, ante 3,39% da semana passada e 3,10% de quatro semanas atrás.
O Boletim Focus também ajustou suas previsões para o PIB de 2025, agora estimando um crescimento de 2,01%, contra 2% na semana passada. Para 2026, a projeção de crescimento permanece estável em 2%.
No caso do câmbio, as expectativas para o dólar também aumentaram. Para o final deste ano, os economistas elevaram a projeção de R$ 5,95 para R$ 5,99. Há quatro semanas, o valor projetado era de R$ 5,60.
Para o ano que vem, a projeção do dólar também foi ajustada para cima, passando de R$ 5,77 para R$ 5,85, contra R$ 5,50 de um mês atrás. Para 2026, a estimativa foi revista de R$ 5,73 para R$ 5,80.
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