A Black Friday apresentou uma tendência fraca de vendas no varejos, segundo constatou relatório do banco BTG Pactual (BPAC11). O documento cita dados da Neotrust, onde, aponta que as vendas online no Brasil caíram 15% para R$ 3,4 bilhões, considerando quinta e sexta-feira.
Esses dados não incluem os números do MercadoLivre (MELI34) e as plataformas internacionais. O número de pedidos também caiu 15% e o ticket médio recuou 0,1%, para R$ 675. Se considerar os resultados de quinta a sábado, as vendas caíram 14% a/a, para R$ 4,6 bilhões.
Enquanto isso, de acordo com a NielsenIQ/Ebit, as vendas online da Black Friday caíram 13% a/a este ano (considerando quinta e sexta-feira), com o número de pedidos caindo 9% a/a.
Como referência, as vendas online da Black Friday no Brasil caíram 30% em 2022 (com uma queda de 25% no número de pedidos e o ticket médio caiu 6% para R$ 665), cresceram 6% em 2021 (volumes caíram 0,5% e ticket médio aumentou 6%) e aumentou 25% em 2020 (volumes aumentaram 16% e ticket médio aumentou 8%).
“Enquanto isso, a MELI informou que seu GMV no Brasil (considerando os resultados de quinta e sexta-feira até as 17h) cresceu 80% a/a, enquanto a empresa mencionou que o GMV da operação brasileira cresceu 39% a/a em novembro (até 24 de novembro)”, relatou o BTG.
Black Friday tem abordagem mais racional
Neste relatório, o BTG também fornece uma análise detalhada da evolução de preços no mercado brasileiro de e-commerce, acompanhando uma cesta de seis itens (categorias principais para o e-commerce, como eletrônicos e eletrodomésticos) nas últimas cinco semanas e comparando Mercado Livre, Magalu (MGLU3), Casas Bahia (BHIA3) e Americanas (AMER3).
Apesar de alguma variação ao longo do mês, com descontos oferecidos em diversas plataformas nas últimas semanas, os players adotaram uma abordagem mais racional (aumentando os descontos gradualmente, principalmente na última semana anterior à Black Friday), confirmando a tendência dos últimos meses.
“Olhando para a mesma cesta da última sexta-feira, houve um aumento nos descontos, com variação de -6% no preço médio em relação às cinco semanas anteriores. É interessante notar também que 71% das compras durante a Black Friday foram parceladas, enquanto 57% das vendas tiveram frete grátis”, avaliou o banco de investimentos.
Mas o desempenho dos últimos dias não conta toda a história. Nesse sentido, ao analisar todo o mês de novembro (antes da Black Friday), as vendas online no Brasil caíram 9% a/a, com o número de pedidos caindo 15% e o ticket médio subindo 8%.
Temporada fraca no exterior
Nos Estados Unidos, os números iniciais do Adobe Analytics, o segmento de dados e insights da empresa de software Adobe Inc., mostraram que os compradores gastaram US$ 9,8 bilhões online na Black Friday, uma expansão anual de 7,5% – os compradores on-line gastaram um recorde de US$ 5,6 bilhões no Dia de Ação de Graças, um aumento de 5,5%.
A Salesforce, que também calcula as vendas com base em dados recolhidos pela sua divisão Commerce Cloud, observou que, globalmente, as vendas online atingiram US$ 31,7 bilhões – um aumento de apenas 1%.
A Cyber Week, que dura cinco dias, do Dia de Ação de Graças até a Cyber Monday, deverá gerar US$ 37 bilhões em gastos online, um aumento de 5,4% a/a, segundo a Adobe. Varejistas, incluindo Best Buy, Macy’s, H&M e players puros de e-commerce como a Shein e Temu, já estavam promovendo descontos antecipados da Black Friday de até 30% em algumas mercadorias online e em lojas. Dadas as primeiras compras nas semanas que antecederam a Black Friday, o evento não deve ser analisado de forma independente, apontou o BTG em seu relatório sobre Black Friday.