Na noite de quinta-feira (19), o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que o país fornecerá assistência financeira a Israel e à Ucrânia.
De acordo com informações da agência de notícias Reuters, serão destinados US$ 60 bilhões para o conflito na Europa e US$ 14 bilhões (R$ 70 bilhões) para a situação no Oriente Médio. A agência Dow Jones fala em investimento total de US$ 100 bilhões, sendo US$ 10 bilhões para Israel e US$ 60 bilhões para a Ucrânia.
Biden afirmou que o pedido de orçamento será encaminhado ao Congresso nesta sexta-feira (20). Ele expressou apoio aos “parceiros cruciais” dos EUA, mencionando Israel e Ucrânia, destacando que o investimento planejado renderá “dividendos” para a segurança norte-americana ao longo de gerações e contribuirá para a construção de um mundo mais seguro.
Em seu discurso, Biden fez uma comparação entre o grupo extremista Hamas e o presidente russo, Vladimir Putin, alegando que ambos estão empenhados em “aniquilar” democracias vizinhas. Ele enfatizou que o objetivo declarado do grupo extremista é a “eliminação do Estado de Israel e a morte de pessoas judias”.
Biden reiterou a importância de fornecer ajuda humanitária à Faixa de Gaza e negou que a explosão no hospital de Al-Ahli tenha sido responsabilidade dos israelenses, embora não tenha acusado diretamente o Hamas ou a Jihad Islâmica.
O presidente dos EUA também fez alertas a Israel. Ele ressaltou a necessidade de seguir as “regras” de uma guerra e não permitir que a raiva obscureça o julgamento.
“Quando estive ontem em Israel, disse que quando a América viveu o inferno do 11 de Setembro, também nos sentimos furiosos”, disse Biden. “Enquanto procurávamos e obtínhamos justiça, cometemos erros. Por isso, avisei o governo de Israel para não se deixar cegar pela raiva”, afirmou.
Biden defendeu uma solução de dois Estados para Israel e Palestina, afirmando que os EUA continuarão a apoiar o direito de autodeterminação dos palestinos. Ele destacou que o Hamas não representa o povo palestino e criticou o uso de civis palestinos como escudos humanos pelo grupo.
Ao abordar os conflitos na Ucrânia e em Israel, Biden alertou que, se a Rússia prevalecer na Europa, isso poderá incentivar agressores em todo o mundo, incluindo no Oriente Médio. Ele salientou que a história demonstra que a falta de consequências para atos de terror e agressão pode resultar em mais caos, morte e destruição.
Biden também aproveitou o discurso para condenar o preconceito contra muçulmanos e judeus, referindo-se à onda de ataques motivados pela escalada do conflito no Oriente Médio, e recordou o aumento da islamofobia nos EUA após os ataques de 11 de setembro de 2001.