A B3 ($B3SA3), operadora do mercado acionário brasileiro, está em fase avançada de negociações para disponibilizar ações e derivativos brasileiros em plataformas globais de investimento. A iniciativa busca atrair tanto investidores estrangeiros quanto brasileiros residentes no exterior, permitindo que invistam em ativos nacionais de forma regulamentada e com menor custo operacional.
O presidente-executivo da B3, Gilson Finkelsztain, anunciou que o início das operações está previsto para os próximos dois a três meses.
“Estamos trabalhando com as duas plataformas mais competitivas do mercado para pessoas físicas que investem em mercados globais, seja através de ações ou derivativos (contratos futuros do Ibovespa, por exemplo)”, disse Finkelsztain.
Entre as plataformas negociadas, a Interactive Brokers se destaca como a mais avançada nas tratativas. A corretora global, com sede nos Estados Unidos, atende cerca de quatro milhões de clientes, com um saldo médio de US$ 500 mil por investidor. A Robinhood também surge como uma potencial candidata para listar ativos brasileiros.
Finkelsztain destacou que o alto custo de manutenção de uma conta no Brasil para investidores estrangeiros e expatriados, que pode chegar a R$ 50 mil anuais, sempre foi um obstáculo para o acesso ao mercado brasileiro. Com a nova estrutura, a negociação de ações e contratos futuros, como os do Ibovespa, ficará mais acessível e competitiva.
Além de ampliar o alcance dos produtos financeiros brasileiros, essa iniciativa pode fomentar maior liquidez ao mercado nacional. A ausência de IPOs na bolsa brasileira nos últimos três anos reflete o desafio do setor, e a expectativa é que novas aberturas de capital ocorram em 2025, iniciadas por empresas maduras e consolidadas.
Com essa movimentação, a B3 busca fortalecer sua posição global, permitindo que investidores ao redor do mundo possam acessar ativos brasileiros de forma simplificada e eficiente. “Quando você fecha o seu CPF no Brasil e mora fora, você fica um pouco de mãos atadas de como é que se acessa os produtos do Brasil de uma forma legal, regulamentada. Mas nosso objetivo é atrair brasileiros e não brasileiros, afirma Finkelsztain.
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