Os ativos nacionais de risco continuam atraentes mesmo após as quedas no mercado internacional desta segunda-feira (5). A avaliação é da EQI Research, que divulgou um relatório sobre o tema.
Para a casa de análise, o episódio desta segunda, foi considerado um solavanco nos mercados e não uma mudança estrutural. “Os mercados internacionais sofreram perdas importantes, especialmente na Ásia e nos EUA As repercussões nos mercados brasileiros foram bem menos intensas, com pequenas perdas”, diz a Research.
Há duas razões principais que explicam as quedas acentuadas de segunda feira, segundo o relatório. A primeira e mais importante delas é técnica e tem a ver com a desmontagem de operações de carry trade, tendo a moeda japonesa como fonte de financiamento.
“Nessas operações, investidores tomam recursos em economias com baixas taxas de juros para aplicar em títulos de outros países que pagam altos juros”, diz trecho do relatório.
Ativos nacionais: desmonte acentuado de operações
A EQI Research diz ainda que, com a continuada valorização do yen sobre o dólar nas últimas semanas e a inesperada elevação de juros pelo Japão na semana passada, houve um desmonte acentuado dessas operações, uma vez que o custo de tomar empréstimos em yen aumentou significativamente. Outros ativos de risco japoneses também foram vendidos em massa, como ações.
Outro fator que contribuiu para o pessimismo nos mercados foi a surpresa com a baixa criação de postos de trabalho nos EUA, conforme o payroll de em julho. O dado, divulgado sexta, foi de 114 mil novas vagas versus as expectativas de mercado de 175 mil.
“Com isso, há temores de que a economia americana poderia estar entrando em recessão, uma vez que uma rápida deterioração do mercado de trabalho é um dos primeiros sinais de desaceleração econômica acentuada”, diz.
A casa de análise diz ainda que o Brasil e outros mercados emergentes não passaram ilesos de perdas, mas sofreram muito menos. Os ativos de risco brasileiros, especialmente ações e moeda, já não eram um dos preferidos por investidores estrangeiros há algum tempo.
“Olhando adiante, cremos ser precipitado afirmar que a economia dos EUA está entrando em recessão. Os dados do payroll têm sido pouco consistentes, com constantes correções posteriores, causados por um índice de respostas abaixo do padrão histórico desde o início da pandemia”, completa o relatório.
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