Os dirigentes do Fed (banco central norte-americano) seguem preocupados com a s pressões inflacionárias nos EUA e pretendem manter o aperto monetário, com os juros altos, até que a alta de preços retorne à meta de 2% ao ano. As informações estão na ata do Fomc divulgada nesta quarta-feira (16), com as informações detalhadas da última reunião do comitê de política monetária, que definiu o aumento da taxa de juros para o intervalo entre 5,25% e 5,5% ao ano..
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“Em sua discussão sobre política monetária para esta reunião, os membros concordaram que a atividade econômica vinha se expandindo em um ritmo moderado. Eles também concordaram que os ganhos de emprego foram robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego permaneceu baixa. A inflação havia permanecido elevada”, diz o texto.
O Fed ressaltou que os dirigentes afastaram o risco de recessão, embora admitam: ”Condições de crédito mais rígidas para famílias e empresas provavelmente afetariam a atividade econômica, as contratações e a inflação, mas a extensão desses efeitos era incerta”.
O texto mostrou que houve certa divergência dentro do comitê a respeito da decisão de subir os juros, ainda que , ao final, a votação tenha sido unânime. “Alguns participantes citaram uma série de sinais provisórios de que as pressões inflacionárias poderiam estar diminuindo, como algum abrandamento nos preços dos principais bens. No entanto, vários participantes comentaram que pressões significativas de redução da inflação ainda não haviam se tornado aparentes nos preços dos serviços básicos, excluindo habitação”, diz o texto.
Os diretores se comprometeram a levar em conta “uma ampla gama de informações, incluindo leituras sobre as condições do mercado de trabalho, pressões inflacionárias e expectativas inflacionárias e desenvolvimentos financeiros e internacionais” antes de tomar a próxima decisão, em reunião que será realizada em 19 e 20 de setembro.
“Os participantes esperavam que os dados dos próximos meses ajudem a esclarecer até que ponto o processo de desinflação continua e os mercados de produtos e trabalho estão alcançando um melhor equilíbrio entre demanda e oferta. Essas informações serão valiosas para determinar a extensão da firmeza adicional da política monetária”, diz o texto.
O economista-chefe da EQI Asset, Stephan Kautz, diz que mantém a projeção de que o ciclo de altas se encerrou, embora o texto deixe em aberto a possibilidade de um novo aumento até o fim do ano, não necessariamente.
“Na nossa visão, o cenário da inflação melhorou, inclusive com números que saíram depois dessa reunião, especialmente em referência ao núcleo de serviços excluindo os preços de habitação, que é a métrica preferida do presidente do Fed, Jerome Powell, e que está rodando em uma média de 0,10% nos últimos meses”, explicou o analista.
Ele admite, no entanto, que é preciso esperar os índices de inflação, atividade econômica e mercado de trabalho, que saem antes da reunião, para entender o caminho que o Fed pretende tomar. “A projeção é que os índices sigam mostrando queda da inflação e desaceleração da atividade econômica”, conclui Kautz sobre a ata do Fomc.
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