Os riscos de queda para o crescimento econômico da zona do euro ainda não atingiram um patamar que justifique uma aceleração nos cortes de juros, segundo a ata do Banco Central Europeu (BCE), divulgada nesta quinta-feira (27).
A ata trouxe mais detalhes sobra a decisão de 30 de janeiro, quando o BCE optou por um corte de 25 pontos-base nas taxas de juros, levando a taxa de referência para 2,75%.
O documento divulgado hoje revelou que todos os membros do BCE concordaram que um corte de 25 pontos-base era a medida mais adequada. Para as autoridades, é essencial manter uma abordagem cautelosa tanto no tamanho das reduções quanto no ritmo da flexibilização monetária, diante do cenário de elevada incerteza.
A alternativa levantada na reunião seria manter os juros no patamar de 3%, o que poderia impactar excessivamente a demanda. Por outro lado, os riscos relacionados à inflação permanecem significativos.
Ata do BCE: desinflação segue trajetória favorável
Os dirigentes demonstraram maior confiança de que a desinflação segue uma trajetória favorável e que os preços devem convergir para a meta de 2%. No entanto, reconhecem que a inflação ainda deve permanecer elevada no curto prazo.
Além disso, os dirigentes não descartam a possibilidade de a inflação ficar abaixo da meta de 2%, dependendo do desempenho econômico.
Caso os riscos não se concretizem e a desinflação prossiga conforme esperado, as taxas de juros do BCE poderão ser reduzidas até um nível neutro. Ainda assim, enfatizaram que a política monetária segue restritiva e que é prematuro discutir o patamar final dos juros.
Impacto de Trump
O BCE também destacou que tensões geopolíticas, desafios fiscais da União Europeia (UE) e disputas comerciais com os Estados Unidos podem exercer pressão adicional sobre o já fraco crescimento econômico europeu. “O comércio global pode ser fortemente impactado caso o novo governo dos EUA implemente as tarifas anunciadas”, alertou o BCE, acrescentando que “ações futuras nesse sentido podem levar a uma desaceleração econômica global.”
Na quarta-feira, 26, o presidente dos EUA, Donald Trump, voltou a criticar a União Europeia, alegando que o bloco foi criado para prejudicar os americanos. Além disso, ameaçou impor tarifas de 25% sobre importações de produtos europeus, com mais detalhes a serem divulgados em breve.
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