O Banco Central Europeu (BCE) divulgou a ata de sua última reunião de política monetária nesta quinta-feira (10), justificando com mais detalhes a decisão de cortar a taxa de juros em 25 pontos-base, levando-a a 3,50% ao ano, em anúncio feito em 12 de setembro. Este foi o segundo corte realizado este ano. Em junho, o BCE há havia cortado os juros em 25 pontos-base.
Na ata, o banco europeu reconheceu que a inflação se aproxima da meta e que a atividade na zona do euro está em desaceleração, mas descarta uma recessão.
O índice de inflação ao consumidor (CPI) anual da zona do euro ficou em 1,8% em setembro de 2024, abaixo dos 2,2% em agosto e abaixo da meta de 2% do BCE. Mas o núcleo da inflação (que descarta os ítens voláteis) ficou em 2,7%.
O BCE também reforça que todos os passos quanto à taxa de juros são dependentes dos dados disponíveis, e serão tomados reunião a reunião, sem antecipação de guidance.
“Caso os dados recebidos indiquem uma aceleração contínua na queda da inflação ou um enfraquecimento significativo na recuperação econômica (com impactos para a inflação de médio prazo), um ajuste mais rápido nas taxas de juros pode ser justificado. Por outro lado, se os dados indicarem que a desinflação está ocorrendo mais lentamente do que o esperado ou que a recuperação econômica está se acelerando, isso poderia justificar um ritmo mais lento no ajuste das taxas”, diz o comitê.
BCE: Passos definidos reunião a reunião
Essas considerações reforçam a importância de uma abordagem flexível e baseada em dados, revisada reunião a reunião, que preserva a opção de ajustar as taxas em qualquer direção conforme necessário. O BCE reitera três pontos principais nas decisões de juros:
- O compromisso de manter as taxas de juros em níveis suficientemente restritivos pelo tempo necessário para garantir que a inflação retorne ao objetivo (2% ao ano) de forma oportuna.
- A ênfase em uma abordagem dependente de dados e revisada em cada reunião para a formulação das políticas.
- A manutenção de uma função de reação com três componentes, baseada na avaliação do Conselho do BCE sobre as perspectivas de inflação, a dinâmica da inflação subjacente e a eficácia da transmissão da política monetária.
Apesar da intenção do BCE de não fornecer guidance, o mercado segue interpretando falas de membros do comitê de política monetária, nas quais enxerga espaço para mais dois cortes de 25 pontos-base este ano: um na próxima semana, em 17 de outubro e outro na reunião de dezembro.
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