O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que ainda não há decisão tomada pelo Fomc, o comitê de política monetária do banco central norte-americano, sobre qual o valor da alta de juros na próxima reunião, em 21 e 22 de março. O discurso de Powell na Câmara dos Representantes foi realizado na manhã desta quarta-feira (8) e foi seguido de uma série de perguntas dos parlamentares sobre política monetária.
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O economista afirmou que as decisões serão tomadas depois da observação de dados como o payroll, com as estatísticas de emprego no setor urbano, e os índices fechados de inflação de fevereiro – o CPI sai na próxima terça-feira.
“Não tomamos nenhuma decisão sobre a reunião de março”, disse Powell. Ele falou no Comitê de Serviços Financeiros da Câmara, um dia depois de ter falado no Senado, e reiterou a mensagem da véspera de que os juros possivelmente chegarão a patamares mais altos que os projetados inicialmente pelo mercado.
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Powell disse ainda que o índice pode voltar a subir de forma mais acelerada, depois da alta de 0,25 p.p. na reunião de 1º de fevereiro. “Se a totalidade dos dados indicar que um aperto mais rápido é necessário, estamos preparados para aumentar o ritmo dos aumentos”, disse.
Hoje, os juros nos EUA estão na faixa entre 4,5% e 4,75%. A maioria dos analistas de mercado projetava um máximo de 5,5% no início do processo de alta, no segundo semestre do ano passado, mas o presidente do Fed repetiu que os dados de emprego e de movimentação da economia mostram que a pressão inflacionária segue forte para os próximos meses e exigem a manutenção do aperto monetário.
A meta de inflação estabelecida pelo Fed é de 2% ao ano. Pelo PCE, índice mais usado pelo banco para balizar suas decisões, a inflação de janeiro nos EUA foi de 0,6%, ante 0,2% em dezembro, com um acumulado de 5,4% nos últimos 12 meses. O núcleo do PCE ficou também em 0,6%, ante 0,4% em dezembro. No acumulado de 12 meses, está em 4,7%.
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O economista-chefe da EQI Asset, Stephan F. Kautz, explica que a empresa pode rever sua projeção de juros máximos para os EUA, que estava em 5,5%, depois das falas de Jerome Powell ao Congresso nesta semana.
“Todo o mercado vai reprecificar suas projeções agora, mas nós vamos esperar que saiam os números do payroll e do CPI antes de mexer na projeção de forma mais agressiva. Nossos modelos dizem que 5,5% seria suficiente para reduzir a inflação aos níveis desejados, mas não é o que os números vêm mostrando na prática”, explicou o analista.
Segundo ele, a possibilidade de um aumento de 0,5 p.p. na próxima reunião foi a grande novidade da fala de Powell nesta semana. “O mercado já projetava que a alta poderia ser maior, mas essa aceleração não estava no radar e agora vamos aguardar os números para tentar projetar como será esse ciclo de altas”, explicou.
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