O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos (EUA) subiu 0,4% em setembro, ante expectativa de alta de 0,2%. Na base anual, subiu 8,2% ante perspectiva de 8,1%.
Em agosto, o CPI subiu 0,1% no mês e 8,3% no ano, enquanto o núcleo do CPI subiu 0,6% em setembro, ante expectativa de alta de 0,4% no período.
Os dados foram divulgados na manhã desta quinta-feira (13) e mostram que na comparação anual, o núcleo do CPI subiu 6,6% ante expectativa de 6,5%.
Em relação aos pedidos de auxílio-desemprego da semana até 1º de outubro de 2022, estes subiram a 228 mil, ante previsão de 225 mil.

O CPI veio acima do projetado pelo consenso e pela nossa projeção, que era até um pouco abaixo do consenso tanto para o núcleo, quanto para o headline.
O número surpreendeu o mercado, que acabou reagindo com taxas abrindo e bolsas caindo, e o dólar apreciando.
Isso é por conta do núcleo, que também veio mais alto, e acabou trazendo uma preocupação a mais para o banco central, sendo este o segundo mês consecutivo em que o núcleo roda em 0,60%, um patamar bastante alto, e que acaba dando uma pressão muito grande, bem acima da meta.
Desta forma, fica reforçada a visão de que na próxima reunião do Fomc, em novembro, haverá uma elevação dos juros em 75 pontos-base, e o mercado começa a precificar a possibilidade, inclusive, de uma alta de mesma magnitude na reunião de dezembro também.
Essa alta demonstrada hoje foi muito concentrada no setor de serviços, o que, a priori, é ruim, pois os serviços têm uma inércia grande. Porém, um dos fatores importantes foi o setor de serviços relacionados a transportes, que a gente entende que deveriam ser transitórios, então a gente deveria ver alguma melhora dessa inflação, mas ela vem bem volátil.
Já a inflação de serviços de habitação relacionada a aluguel e custos de moradia continua vindo bastante alta, em 0,80% no mês, acelerando de 0,70% do mês anterior.
O CPI dos Estados Unidos e o Fed
O CPI é outro termômetro da economia norte-americana e como ele veio novamente “quente”, estes números poderão dar margem para que o Federal Reserve (Fed, espécie de banco central dos EUA) continue elevando a taxa básica de juros do país.
A iniciativa tem por objetivo conter o avanço da inflação, cuja última leitura mostrou que esta está acima dos 8%, algo atípico para os padrões norte-americanos.
Outro indicador importante, o Índice de Preços ao Produtor (PPI), que mede os preços que os fornecedores estão cobrando das empresas e de outros clientes, subiu 0,4% com ajuste sazonal no mês passado. Este foi divulgado ontem.
Enquanto isso, o déficit Federal caiu em US$ 1,4 trilhão no ano fiscal de 2022, segundo estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO). O movimento foi impulsionado por um aumento acentuado nas receitas federais arrecadadas e uma queda nos gastos.
Relatório do CPI
De acordo com o relatório do CPI, encaminhado ao mercado, a alta de 0,4% em setembro configura aumentos nos índices de abrigo, alimentação e assistência médica, que foram os maiores de muitos contribuintes para o aumento mensal com ajuste sazonal de todos os itens.
“Esses aumentos foram parcialmente compensados por uma queda de 4,9% no índice de gasolina, e o índice alimentar continuou a subir, aumentando 0,8% no mês, com o índice de alimentação em casa subindo 0,7%.
Já o índice de energia caiu 2,1% no mês com a queda do índice de gasolina, mas os índices de gás natural e eletricidade aumentaram.
Grupos
O documento elenca que o índice para todos os itens menos alimentos e energia subiu 0,6% em setembro, assim como em agosto, e os índices de abrigo, assistência médica, seguro automóvel, veículos novos, mobiliário doméstico e operações e educação estão entre os que aumentaram no mês.
Havia alguns índices que caíram em setembro, incluindo os de carros e caminhões usados, vestuário e comunicação.
O índice de todos os itens aumentou 8,2% nos 12 meses encerrados em setembro, e o índice de energia subiu 6,6% nos últimos 12 meses. O índice de energia aumentou 19,8% nos 12 meses encerrados em setembro, um aumento menor do que o aumento de 23,8% no período terminando em agosto, e o índice de alimentos aumentou 11,2% em relação ao ano passado.
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